ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (12): Quais os Limites da Mensagem de Malaquias?
Era um tempo de incertezas e desorientação, quando o profeta Malaquias levantou-se para transmitir sua mensagem ao povo. Com voz firme e determinada, ele proclamou: "Trazei o dízimo integral para o tesouro a fim de que haja alimento em minha casa..." (Ml 3:10 BSV). Aquele era um período marcado pela confusão, um intervalo curto entre os anos de 430 a.C. e 420 a.C., durante a ausência de Neemias (Ne 12:6). Malaquias emergiu como um mensageiro enviado para corrigir as falhas que persistiam no pequeno grupo dos remanescentes do cativeiro de setenta anos. Ele via uma oportunidade imediata de restauração. No entanto, o problema não foi completamente solucionado; pelo contrário, os "pastores" e sacerdotes aproveitaram-se dos dízimos da campanha de Malaquias para se infiltrarem ainda mais no pecado. O povo, desamparado e desiludido, murmurava: "... é inútil servir a Deus; e que lucro teremos se observarmos os seus preceitos e se andarmos de luto diante de Iahweh dos Exércitos?" (Ml 3:14 BJ).
Essa situação lembra-me dos tempos do profeta Jeremias, quando tanto os grandes como os pequenos eram ávidos por ganância. Profetas e sacerdotes praticavam a mentira, tratando superficialmente das desgraças do meu povo, proclamando "Paz! Paz!" quando não havia paz alguma (Jr 6:13-14 BSV). Infelizmente, de forma semelhante, vemos pregadores assalariados agindo da mesma maneira nos dias atuais. Malaquias, reconhecendo o fracasso e a falta de sucesso de sua missão, antecipou a vinda de um novo acordo. Ele anunciou: "Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e horrível do Senhor" (Ml 4:5 BSEP). Foi Jesus Cristo quem legitimou e estabeleceu João Batista como o Elias que estava por vir, afirmando claramente: "E, se quiserdes aceitá-lo, ele é o Elias que há de vir" (Mt 11:14 BSV). João anunciava e revelava Jesus, ao invés de exigir fórmulas e rituais já estabelecidos pelos hipócritas do Templo.
Essa última parte da campanha de Malaquias foi a que obteve sucesso e continuará a ter, até que o Rei dos reis retorne para concluir a obra de redenção no coração do homem. Já a parte inicial, aquela que buscava resolver as questões imediatas, mostrou-se temporária e insuficiente.
Ao refletir sobre os limites da mensagem de Malaquias, percebo que o verdadeiro culto a Deus vai além de formalidades e rituais vazios. O Senhor anseia por transformar as almas e não está preocupado com aparências. Ele é imutável em Sua natureza!