Quem lacra não lucra.
Toda pessoa que tem uma caixa craniana para proteger o cérebro, que pensa, já entendeu, pensando, que vivemos em tempos incomuns, tão incomuns, mas tão incomuns, que há, hoje em dia, empresários e capitalistas - pessoas que, dormindo e acordado, sonham com dinheiro, e muito dinheiro, montanhas everésticas de dinheiro, com que enchem as burras de ouro e erguem para si mesmos mansões que, de tão luxuosas, matam de inveja os césares e os faraós e os marajós - que estão a ter prejuízo, e prejuízo, e prejuízo, e não se detêm para ponderar a respeito de suas decisões erráticas, que lhe dão prejuízo, e prejuízo, e prejuízo, e ainda ousam se orgulhar delas e, mais do que isso, xingar seus clientes e seus clientes em potencial. Ora, toda pessoa que vê com os olhos da cara e cheira com o próprio nariz, ao sentir o fedor de carniça, e antes de no seu campo de visão a fonte do fedor entrar, não vai até onde está a mefítica carcaça, que fede, fede à beça, e lhe fere, além do nariz, os olhos. A comparação é ridícula, eu sei; todavia, vem bem a calhar. Quando um empresário, seja ele capitalista, ou não, decide por uma de várias estratégicas de mercado, e dá com os burros n'água, não sendo desprovido de um mínimo de inteligência, pondera, revê sua estratégia, modifica-a nos pontos que entende necessárias mudanças, e segue a sua jornada; se, depois disso, mesmo com as alterações efetuadas, percebe que está a colher fruto podre, repensa, uma vez mais, o que fez, e altera a sua estratégia, e persiste no seu empreendimento, até que uma hora a coisa vai de vento em popa - se não vai, e ele não visualiza uma luz no fim do túnel, antes que a vaca vá pro brejo, abaixa as portas de sua empresa, a contragosto, e parte pra outra. Pra que dar murro em ponta de faca?!
O empresário tarimbado, com a perspicaz intuição que a experiência lhe deu, além de conhecer experiências alheias, mal e bem sucedidas, sabe ler o livro aberto que é a mente das pessoas, clientes seus e clientes em potencial, e age de acordo com o que elas querem de sua empresa. Ele faz o gosto do freguês. O cliente de uma pizzaria gosta de pizza redonda com tomate, couve-flor, agrião e cebola?! O dono da pizzaria lhe oferece pizzas redondas com tomate, couve-flor, agrião e cebola. O cliente quer pizza quadrada com berinjela, alho, chocolate, pimentão, açai, jaca, uva, repolho, formiga, teia de aranha e pele de cascavel?! O empresário lhe oferece pizzas quadradas com berinjela, alho, chocolate, pimentão, açai, jaca, uva, repolho, formiga, teia de aranha e pele de cascavel. Se mata a fome, mas não mata quem come a pizza, que mal tem?! Não cabe juízo de valor na cabeça do dono da pizzaria. "Ah! - pensa o empresário - não vou oferecer pizzas que tenham teia de aranha e pele de cascavel. É muito ruim. Não gosto." Faz sentido o empresário deixar de oferecer aos clientes que lambem os beiços de prazer ao ver uma pizza que para eles é de dar água na boca só porque dela não gosta?! Tolice. Sempre foi assim: o empresário atende ao gosto do freguês - seja o gosto de bom gosto, ou de mal gosto, não cabe ao empresário julgá-lo. O cliente manda. O cliente é o chefe. Mas hoje em dia... Hoje em dia, meu Deus! Hoje em dia, há uma turminha - de encher o picuá! diria um tio meu - que aprendeu, e em escolas de marketing e propaganda, a torrar a paciência de todo filho-de-Deus com as demandas mais estapafúrdias, e - o pior! quanta insensatez, diabos! - são muito bem pagos para fazer besteira e levar, em dois tempos, assim, num piscar de olhos, num estalar de dedos, empresas à bancarrota. É o que se vê com empresas respeitáveis, populares e amadas até outro dia, e que hoje estão a amargar prejuízos de montão e ter o nome sujo na praça, odiado, cuspido, desprezado. Não é o que se vê com a outrora extraordinária Disney, a casa dos sonhos?! A Disney, que está a destruir os seus produtos em nome de uma idéia insana de sociedade perfeita, sem preconceito, saída da cabeça oca de gente mais desmiolada do que... do que... sei lá! Não consigo dimensiosar a estultície de tais bípedes. Chama-me a atenção, e não posso deixar de dizer, os empresários que, em suas mãos o livro contábil, e os seguidos vermelhos, não corrigem a postura, canalizando os recursos das empresas numa direção que lhes dê lucro. Por que insistem no erro?! Acreditam que dinheiro cai do céu, que o cofre tem uma quantidade infinita de dinheiro?! Surpreende-me - na verdade não me surpreende, mas assim digo por hábito - eles culparem os clientes, que, segundo eles, não entendem os novos tempos, os tempos sem preconceitos, e blablabla. A patacoada de sempre. São constrangedoramente, e exageradamente, condescendentes consigo mesmos. Patético. Risível. "Estrupícios!" - diria minha avó.
Digo asneiras?! O que fizeram, de uns tempos para cá, os empresários que detêm os direitos sobre Indiana Jones, Guerra nas Estrelas, James Bond (Ian Fleming... Coitado!), Pequena Sereia (Hans Christian Andersen está se remexendo no túmulo), He-Man, Velma - do Scooby-Doo -, e etecétera, e etecétera, e tal?! E diante do fracasso de bilheteria das películas, blablablateram, com voz melosa, indignação fingida, os coiós-de-argola, chatos-de-galocha dos infernos: "O povo é muito conservador, preconceituoso. Não tem inteligência, porque antiquados, quadrados, atrasados, para entender a nossa proposta, socialmente justa, de um mundo onde todo mundo pode viver em harmonia." São culpados pelos seguidos fracassos dos javardos acéfalos de espírito putrefato os do povo. "De que povo tu falas, cabeça-de-cuia?!" - indagaria alguém de pavio curto; e este alguém completaria: "Vá bostejar as tuas cacas fedorentas na cloaca do capeta, lombriga de carrapato peidorrento!"
Pois bem, paro por aqui porque estou a ponto de perder as estribeiras, e arremessar o meu telefone celular, no qual digito estas minhas serenas reflexões, contra a parede.
Mas antes de dar fim ao que estou, aqui, a compartilhar com o meu leitor, que me é muito querido, digo: os energúmenos conseguiram levar desgraça a uma cervejaria, e das mais famosas do universo: a Bud Light. E por quê?! Ora, os bestalhões fizeram o que quiseram fazer, uma sandice das grandes, e espantaram os adoradores da bebida mais popular da galáxia. Ninguém mais quer saber da loira gelada que exibe a estampa da Bud Light. Quem quiser se inteirar do assunto, que leia a história que nos conta Kendall Tietz, "Bud Light Now Selling For Less Than Water In Some U.S. Warehouse Following Dylan Mulvaney Fiasco.", no dia 3 de Julho deste ano de 2.023, no New York Post.
Até a próxima, se o mundo ainda existir até lá.