ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (8): A Minha Jornada de Libertação.
Desde os tempos mais remotos, as igrejas têm sido centros de devoção e busca espiritual. No entanto, contrariando a essência da palavra divina, essas instituições acabaram se tornando palcos de explícita dominação. O poder absoluto passou a ser aplicado de diferentes formas, mas com o mesmo objetivo: subjugar, oprimir e rebaixar aqueles que buscam a fé.
É intrigante perceber como as diferenças surgem entre elas. Algumas separam as pessoas pela forma como se vestem, enquanto outras fazem distinções pelo que comem ou pelos dias que observam. Até mesmo a duração da vida tornou-se motivo para discriminação. E não para por aí. A pressão exercida para frequentar inúmeras reuniões diárias é asfixiante, sufocante. O fardo da submissão é imposto com violência autoritária, moldando os fiéis a um estado de servidão.
Mas, a crueldade não para nas exigências desmedidas. Há pastores que, movidos pelo desejo de domínio, vendem e alienam suas congregações. Como se fossem objetos a serem comercializados, eles negociam a companhia dos anciãos, diáconos, porteiros e todos os irmãos leigos. A imagem de um curral com a "porteira fechada" vem à mente, uma metáfora que descreve a triste realidade em que homens são comparados a animais, privados de sua imagem e semelhança com Deus. Todos os membros, todos os indivíduos que compõem essa corporação, tornam-se meras mercadorias.
Diante dessa opressão avassaladora, lembro-me das palavras de Winn, que argumenta em nosso favor. Ele afirma que, se na experiência religiosa de alguém existe um sentimento de opressão, de exigências pesadas pela submissão ao poder, então é certo que o Espírito Santo do Senhor não está presente ali. A religião verdadeira não opera por meio da força física e emocional , mas sim pela sutileza da força espiritual.
Essa força emocional, tão habilmente manipulada, surge em forma de agitação passageira. É uma mistura de surpresa, medo e uma falsa sensação de alegria. Com artimanha e delicadeza, ela se manifesta para reprimir e proibir aqueles que não se submetem cegamente aos pastores, uma injustiça que clama por mudança. Alguns de nós, pobres sedentos por liberdade, somos rotulados de "antidenominacionais". No entanto, a Palavra de Deus nos diz: "Meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que faz o que é direito é justo, assim como Cristo é justo. Quem continua pecando pertence ao Diabo porque o Diabo peca desde a criação do mundo. E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito" (I Jo 3:7-8 BLH).
Essas palavras ecoam em meu coração como um chamado à libertação.