ATRÁS DA PAREDE
Esta ideia de "ausência" é equivocada, sempre iremos pertencer a algum lugar, não é porque não estamos vendo ,ou não estamos no mesmo lugar; não quer dizer que não possamos estar juntos de alguma forma, e não é porque estamos atrás da parede e não conseguimos nos comunicar, que não possamos continuar existindo de forma mútua, pois podem haver outros cômodos na casa, e acredito que na vida é bem assim:
Num belo dia em minha jornada infantil, bagunçando com meu irmão, e fora das regras impostas pelo meu pai, tomei ou tomamos um castigo para ser exato.
Eu fiquei em um quarto virado pra parede, e meu irmão em outro, não sabia ao certo quando sairia do castigo dado pelo meu pai, e nem tão pouco quando sairia o meu irmão, mas existia a ânsia de reencontra-lo, brincar mais um pouco e perguntar como foi pra ele aqueles longínquos minutos de castigo.
Um tempo depois, quando nos encontramos, contei a ele que pensava nele do meu lado, se o mesmo estava bem do outro lado da parede ; qualquer coisa assim...
Preocupações somadas a curiosidade infantil.
Quando ele relatou também que: ao estar do outro lado do quarto, pensava em mim.
Daí agora adulto, e lembrando destes episódios de estripulias e castigos, fiquei a fazer uma analogia sobre está transição existencial.
"Vida e morte" para o meu eu, numa brincadeira com meus devaneios, são como cômodos da casa de meu pai, pois a casa de meu pai tem muitas moradas, como está na passagem bíblica dentro das palavras de Jesus.
Independente de tempo, espaço, universo, ou até dimensões;superiores ou inferiores que sejam, universo ou multiverso caso exista.
. Acreditem estamos todos em um só lugar,como outrora eu e meu irmão de castigo, o negócio é : de castigo ou não, apenas ficamos em quartos diferentes atrás da parede. ( Do livro: Textos Avulsos). ( Autor: George Loez)