MEL, UMA GRANDE SAUDADE

Eu estava duas noites sem dormir direito, apenas com breves cochilos, sempre ligado na Mel, ficando no sofá da sala junto dela. Na madrugada de certa quinta-feira, há alguns anos, depois da ½ noite, ela começou a dar uns gritos/gemidos com poucos intervalos entre eles. Então eu levantava, dava água e chá diurético, de vez em quando a mudava de posição. Assim ela ficava quieta, só respirando profundamente, então eu podia dar meus cochilos. Por volta das 2:30h aumentaram os gritos/gemidos, o que me assustou. Fui até ela, acariciei sua cabeça e corpo, dei o chá que a minha mulher fez, que ela tomou com muita vontade. Pedi no seu ouvido que parasse de gritar/gemer, porque precisávamos dormir e descansar – tanto eu quanto ela. Dei nela um forte e terno beijo, talvez o mais forte e terno dos tantos que lhe dei ao longo de sua vida. Deitei ao seu lado e observei que diminuíam seus gritos/gemidos, substituídos por respiros fortes, que foram, gradativamente, ficando mais fracos, mais fracos, mais fracos... Até pararem de vez às 3:30h.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 01/07/2023
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T7827056
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