SINALAGMÁTICO (crônica)

Entre o Escritor, o Poeta e os Leitores deve ser pactuado um sinalagmático. É necessário e urgente e, sem exageros, que seja documento jurídico e chancelado pelas autoridades.

Diferentemente de outros artistas, ao Escritor e ao Poeta; nega-se a privacidade, enquanto às alegrias e dores eles destinam a um único fim: páginas!!

Aos autores, escrever são-lhes forma sólida e substancial da Vida que se deixa ser observada e dela não é permito tomar partido, permitindo-lhes, apenas, relatos dos fatos ou histórias desfilando pelas almas e sentimentos.

O Escritor e o Poeta jamais conseguirão domar os personagens e aprendem, apenas, com eles dialogarem. Na ciência da arte de escrever aperfeiçoam-se a estarem cientes que são os pais das suas obras, mas subjugados pelas mãos de padrastos chamados leitores. Na ciência da arte de escrever, as obras e os leitores, alheios aos autores, já se partilham de obrigações entre partes em um contrato registrado por letras que se aceitam serem frases como histórias da vez, antes até da obra ter o seu início.

Ao escritor e ao poeta nega-se a privacidade, pois, no capítulo final os leitores apoderam-se das suas obras e seus personagens, restando-lhes:

Novamente a escreverem...

A escreverem...

Escreverem...

Arabutã Campos
Enviado por Arabutã Campos em 30/06/2023
Código do texto: T7826264
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