SINALAGMÁTICO (crônica)
Entre o Escritor, o Poeta e os Leitores deve ser pactuado um sinalagmático. É necessário e urgente e, sem exageros, que seja documento jurídico e chancelado pelas autoridades.
Diferentemente de outros artistas, ao Escritor e ao Poeta; nega-se a privacidade, enquanto às alegrias e dores eles destinam a um único fim: páginas!!
Aos autores, escrever são-lhes forma sólida e substancial da Vida que se deixa ser observada e dela não é permito tomar partido, permitindo-lhes, apenas, relatos dos fatos ou histórias desfilando pelas almas e sentimentos.
O Escritor e o Poeta jamais conseguirão domar os personagens e aprendem, apenas, com eles dialogarem. Na ciência da arte de escrever aperfeiçoam-se a estarem cientes que são os pais das suas obras, mas subjugados pelas mãos de padrastos chamados leitores. Na ciência da arte de escrever, as obras e os leitores, alheios aos autores, já se partilham de obrigações entre partes em um contrato registrado por letras que se aceitam serem frases como histórias da vez, antes até da obra ter o seu início.
Ao escritor e ao poeta nega-se a privacidade, pois, no capítulo final os leitores apoderam-se das suas obras e seus personagens, restando-lhes:
Novamente a escreverem...
A escreverem...
Escreverem...