As Três Faces do Espelho
O que há "dentro" de um espelho?
Gavetas, pranchetas, caixotes, "pen drives"?
Memórias, cangas ou chaves?
Cansativo, não? Dedura, não! Cagueta, não!
O que há, então, pela "frente"?
Guerra e paz? Conversas e amores alheios?
Promessas e galanteios
Reflexão para a vida
Sabedor e sabedoria
Mesmo pregado numa parede fria
Não foge, não tem passaporte,
Nem álibi na garantia.
Espelho, como você lida
Com o que presencia?
E o que há "detrás" do Espelho?
Novos tons, o velho espelho foi revestido.
Anda cansado, sugado e preocupado
Com aquilo que tomou para si
E guardou em silêncio nas entranhas.
Viu a vida diuturna das tramas,
Do que se passou e quem se amou.
Viu que a prece acalma as manhas,
Viu quem passou à sua frente,
Viu que alguém o desvalorizou
E, aí, esse tal Espelho fingiu
Que também não deu valor, mas guardou,
Tanta intriga, tanta zanga,
Tanta beleza, tanta paixão
Viu que alguém não deu valor à vida
Que, por ele e por ali,
Passara tão despercebida.
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