RECAÍDA É O MÁXIMO
Engana-se quem pensa que o maior mérito do vencedor é rasgar a linha de chegada. Vencer é mera contingência de percurso. Ganhar ou perder são faces do jogo, não merecendo aplausos ou vaias. O verdadeiro feito está como reagimos à recaída. Como lidamos quando, apesar de todo suor gasto, erramos novamente a tecla, o passo, o ponto de fervura. E isso acontece quando se indicava absoluto sucesso, tudo estava devidamente checado e rechecado e então... nos autossabotamos na maior cara de pau, melamos o jogo como quem não quer nada. Detonamos o roteiro milimetricamente costurado e magistralmente delineado. É quando nos percebemos de quatro. arrasados e soberbamente ferrados, daí arrancamos a fantasia e mostramos a pele, alma e coração que portamos de fato, com todos seus remendos, rebarbas e valor. Assim viramos herói de nos mesmos, a mais megapoderosa criatura que já pintou por essas bandas. Viva a recaída! Sem ela, não passamos de medíocres seres andantes e sem o direito de sair da toca só pra saber se vai chover ou não.