MOMENTOS

É comum quando chegam as festas de final de ano, muitas pessoas dizerem “não gosto muito dessa época”. Os motivos são os mais diversos, mas invariavelmente está ligado a alguma perda pessoal.

Comigo não é diferente.

Já gostei muito desse período de festas natalinas e ainda hoje me encanto com as cores do Natal, os presentes, a fraternidade e os bons fluidos que se apoderam das pessoas, fazendo-as – pelo menos por alguns instantes – esquecerem as desavenças, a intolerância e os sentimentos negativos. E aí ocorrem os abraços, os sorrisos e os votos de um “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”.

É claro que não dá para esquecer que esse dia é o aniversário de Jesus, aquele que por nós deu a vida. Infelizmente muito poucos se lembram disso e a grande maioria não comemora esse que é o grande motivo do Natal.

Mas, por que comigo não é diferente, como disse acima?

Minha mãe nos deixou num dia 1º de janeiro, poucas horas antes de darmos início ao almoço do começo de ano. Estava em minha casa quando recebi um telefonema de meu pai, aos prantos, dizendo que mamãe havia falecido. Foi-se em paz, recostada no sofá da sala enquanto assistia à televisão. Tanto que meu pai achou que estivesse dormindo e quando constatou a verdade veio o imenso choque que se abateu sobre ele.

Isso se passou no dia 1º de janeiro de 1985.

Na noite anterior, 31 de dezembro de 1984, estivéramos todos juntos na casa de meu avô materno comemorando a passagem de ano. Ninguém podia pressentir o que viria a acontecer, apesar de já apresentar alguns problemas de saúde. E no último dia de 1984, acabou sendo também a última vez que a vi com vida. Mas, nessa noite de 31 de dezembro, lembro-me que fiz algo que não me era muito comum na época. Dei-lhe um forte abraço e disse-lhe palavras extremamente carinhosas, como se estivesse pressentindo algo. Sofri com sua partida, é claro, mas ao mesmo tempo estava feliz pelo fato de minhas últimas palavras a ela terem sido palavras de afeto, de carinho, de amor de um filho por sua mãe.

Aí, eu digo a você: “Aproveite cada momento de sua vida ao máximo!”.

Passe o maior tempo possível com as pessoas que você ama, sua família, seus amigos, e torne esses momentos inesquecíveis. Não economize um abraço, um “eu te amo”, aquele minuto de atenção, pois poderá ser a última vez que vocês estejam juntos.

Valorize a sua vida. Tem muita gente pensando em guardar, economizar, ter posses e inúmeros bens materiais, tudo para mostrar o seu poder e o seu sucesso, esquecendo-se que a vida é curta e que daqui não ficamos com absolutamente nada, pois tudo que hoje nos pertence é transitório (e, pior ainda, também não levamos absolutamente nada, só o terno de cerimônia).

O sentido da vida está em relacionamentos. Relacionamento com Deus e com o próximo. Você já deve saber que em um momento vive-se uma vida e a vida é aquilo que acontece pelo caminho.

Ou, em outras palavras, a maneira como transcendemos, crescemos, convivemos e construímos.

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17/12/2007

Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 17/12/2007
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