Emoção à luz da Razão.
Se eu encontrasse algum dia algum gênio da lâmpada, o segundo e o terceiro desejo eu não sei quais seriam, mas o primeiro certamente seria nunca mais sentir qualquer emoção.
Emoções são drogas que nos viciam. Não precisamos delas para viver. Não precisamos delas para nos relacionar. Passamos a maior parte do tempo de nossas vidas as escondendo, as mascarando. Desenhando emoções invisíveis, inúteis.
Somos frutos da nossa mente racional e, racionalmente, emoções são terminações nervosas e hormonais. Que podem ser reproduzidas por outros meios: O chocolate induz amor, o orgasmo induz o prazer, o mistério induz o medo e a incompreensão induz a dor, a raiva.
São falhas na máquina divina, erros da matriz. Não precisamos buscar a felicidade! A inventamos. Sempre a inventamos. Quando de fato, era felicidade? E o Desejo? Hoje, combatido. Outrora, romantizado. O fruto do ego, a fruta do Éden. O pai de todos os vícios. O amor é a melhor invenção humana: ele é perfeito, em um mundo de imperfeições. É onde deitamos a nossa esperança de que não nos reste apenas o ódio. Mas o amor, é ilógico.
Não se ama o que se tem, não se tem o que se ama. Não te amam quem te tem e não te tem quem te ama.
E o ódio? É a nossa revolta. Nossa teimosia. O ódio é o irmão adotado do amor, o bastardo da família. O que todos rejeitam e na rejeição ele está. O ódio é aquele que você esconde, finge que não existe, tenta se livrar, mas ele persiste. Está lá à sombra do amor, o irmão pomposo e mimado.
Emoções são inúteis. Emoções são vazias. Emoções são erros. Nenhum progresso humano foi realizado pautado nas emoções, mas todos os erros e fracassos sim. Me pergunto se a emoção é o que devemos combater para evoluir. Me pergunto se evolução é ausência de emoções.
Se livrem das drogas, eles dizem, racionalmente.
Mais amor, eles dizem, sob efeito de drogas.