Que Bobagem
Crônicas, em sua maioria, julgo-as originadas em fatos do cotidiano. Entretanto, como os virginianos inclinam-se à abundância de informações e detalhes, essa foi dividia em duas partes: a primeira descritiva do fato e acrescida de crítica, que julgo construtiva, inclusive ao jornalismo da TV Cultura; e a segunda, aí sim, cronicando o fato.
Um dos jornais televisivos que costumo assistir é o jornal da TV Cultura, “Jornal da Cultura”. Ultimamente, foi incluída em sua formatação uma entrevista. Na noite deste 10 de junho, sábado passado (06/2023), o espaço foi dado à reconhecida bióloga Natália Pasternak, para que divulgasse a ciência e seu livro “Que bobagem!”. Essa bióloga, inclusive, já participou como um dos dois comentaristas, que fazem parte do formato do Jornal da Cultura.
Afirmativas da bióloga durante a entrevista: “Todos esses temas (homeopatia, acupuntura, astrologia, psicologia...) se fingem de ciência, usam a credibilidade da ciência, para se vender ao público, por isso que os chamamos de pseudociência, porque não tem a base científica, mas querem a credibilidade da ciência”; “essas pseudociências não são inofensivas, podem trazer prejuízos ao bolso e à saúde”; “muitas dessas pseudociências constroem ligações históricas e emocionais com diferentes populações e as pessoas acabam se apegando aquilo e gerando resistência muito grande, quando alguém, como eu e o Carlos Orsi publicamos esse tipo de texto falando: olha, sinto muito, mas isso não é ciência e pode gerar riscos para a sociedade”; “são pessoas que são pró ciência, que se posicionaram durante a pandemia favorável à ciência, mas quando você mexe com algo, com os quais elas têm uma ligação emocional, como a homeopatia e a psicanálise, não conseguem enxergar que os argumentos são muito parecidos. Essa é a dificuldade que a gente tem: a mesma pessoa que disse a cloroquina é um absurdo, olha esses estudos são todos observacionais, as evidências são todas anedóticas, ué aí a gente fala a homeopatia é igual. Não, a homeopatia não, porque têm uma ligação emocional”; “A ciência precisa passar a ser ensinada não dessa forma conteudista, mas estimulando o pensamento crítico e racional”; “as políticas públicas precisam ser elaboradas com base na ciência e não em achismos e ideologias”
Julgo que, toda vez que a imprensa, em qualquer de suas formas, cedesse espaço para que uma matéria acusatória, sobre alguma pessoa física, jurídica, atividade, religião, ideologia ... seria obrigada a dar espaço, para que os acusados se defendessem. No caso a bióloga deixou literalmente claro de que essas atividades são pseudociências e que se fingem de ciência. Ou seja, os profissionais que as praticam sabem que elas não são ciência, mas as colocam aos seus usuários a fantasia de que são ciência e colocam em risco o bolso e a saúde. daqueles que as procuram
Acho que estudiosos sobre as aparições de objetos não identificáveis, as entidades representantes das atividades de acupuntura, homeopatia, psicologia e psicanálise deveriam ter o mesmo espaço, no mesmo horário nobre para se defenderem.
Muitas das atividades criticadas pela bióloga Natália Pasternak já poderiam ter se transformado em saberes construído, ou em hipóteses invalidadas, pelo método científico, aceito atualmente. Para isso bastaria que essas atividades tivessem investimentos, para pesquisas semelhantes àquelas para o desenvolvimento de produtos fabricados pelos conglomerados industriais farmacêuticos.