Sigmund Freud explica

Ao sentar na frente do lap top, o mundo deu um apagão, e começou ver tudo novo diferente que lugar estranho.

– Viu uma casa grande de material, ouviu meu filho, me escute vindo lá dentro!!!!

Se via com três anos não sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava sozinho, estava sobre proteção.

-- Pois então para de ficar emburrado......

-- Pensou: Eu vou embora desce lugar.

De repente, viu seu pai em pé e sua mãe na janela, não reparou como eles estavam vestidos, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano e correr. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa – a mãe mais tarde dirá), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

De repente, olhou ao redor e não viu mais seus pais. Deu no pé correndo pela rua, correu até o portão azul e na sua frente da casa fico parado:

-- Viu um menino saindo desta casa? – gritou para os operários que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

– Saiu agorinha seus pais – informou eles.

Saiu correu sem rumo e não teve tempo de vê-lo mais, caminhando cabisbaixo pela rua. Sem nenhuma trouxa, arrastada pés no chão, iam deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito nem imaginava onde eles estavam – saíra de casa como essas coisas? – uma moeda de 1 real. Ouviu um chamado, mas assustado correu mais, se viu correndo sem direção mas logo viu uma Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia a distância.

-- Ouviu: Meu filho, cuidado!

O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou seu corpo todo. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

-- Que susto você me passou, meu filho – e apertava-o contra o peito, comovido.

-- Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

-- Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

-- Me larga. Eu quero ir embora.

Levou para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

-- Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

– Fico, mas vou …....acorda, faz muito ano que perdeu seus velhos, mas pensou: Foi bom voltar ser menino outra vez......

Na cadeira de balanço as lágrimas escorre de lembranças e saudades, eles não sabem o motivo desse chororô.

Jova
Enviado por Jova em 21/06/2023
Reeditado em 21/06/2023
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