SONOLÊNCIA

Ontem à tarde, o meu filho primogênito Weksley, de 11 anos de idade, me fez uma declaração que despertou-me para a sonolência vivida por mim na condição de pai, de chefe de família. Ele, tendo a oportunidade de estar a sós comigo, longe de minha espôsa e dos meus outros dois filhos, disse-me o seguinte: - Pai, é muito bom estar a sós com você e, poder ouvir os seus conselhos! Esses são os momentos de minha vida, que eu mais gosto!

Após aquela declaração, um nó se fez presente na minha garganta e, eu tive de me segurar para não chorar, dada a minha enorme emotividade. Naquele momento, eu percebí o quanto o corre-corre da vida tem me afastado do meu filho e, sem tempo para dialogar com ele. Talvez a minha espôsa e, os meus outros dois filhos, estejam sentindo também a ausência de um pai e espôso que deveria estar mais presente com eles e, o corre-corre do dia-a-dia tem tornado isso impossível.

Levanto-me às 4:00 horas da manhã de segunda à sexta para pegar o ônibus às 4:40 em Nova Almeida-Serra-ES, onde resido, com destino à Viana-ES, onde trabalho na Prefeitura, na função de Fiscal de Rendas. Enfrento 03 conduções na ida e 03 no retorno diariamente. Às vezes, 04 na ida e, 04 no retorno, que consomem 06 horas diárias do meu tempo, sendo 03 na ida e três no regresso. Chegando em casa, por volta das 16 horas, substituo a minha espôsa na sua lojinha de doces, para que ela possa estudar, ficando alí até às 19 horas, de segunda à sexta. Quando chego em casa, os meus três filhos geralmente estão assistindo televisão, aguardando a minha chegada por volta das 19:30 horas. Eles me abraçam, me beijam, me recebem com alegria, por verem em mim, a imagem de um pai dedicado à família. Abraço e beijo-lhes, retribuindo o carinho. Após tomar um banho e lanchar com as crianças, aguardo o momento de apanhar a minha espôsa Creusa, guerreira e companheira de vida na escola às 21:50 horas, horário de sua saída. Na maioria das vezes, as crianças ficam aguardando o meu retorno com a mãe deles, quando vou apanhá-la na minha bicicleta vermelha, todos os dias na escola. Ao chegarmos em casa novamente, somos recebidos com mais beijos e abraços das crianças, cujo amor nos dá forças para seguirmos em frente, com as bênçãos do Deus Criador, responsável por nossa indescritível felicidade. Após a minha esposa lanchar, damos um tempinho e vamos dormir, porque no dia seguinte, a rotina de sempre dominará as nossas vidas.

No sábado, o Santo Dia do Senhor, é só descanso das atividades seculares e, dedicação total às atividades da Igreja Adventista do Sétimo Dia. No domingo, me levanto às 05:30 da manhã, para participar da pelada com um grupo de amigos no campo do Atlético de Nova Almeida, pelada essa que tem início às 7:00 e término às 9:00 da manhã. Acordo cedo, para chegar lá cedo, pois só entram jogando os que chegam primeiro. Quem chega atrasado, fica na reserva e, eu como sou um fominha assumido de bater uma bolinha, nem sequer posso cogitar a possibilidade de ficar na reserva. Terminada a pelada, substituo a minha espôsa na loja, para que ela possa fazer o almoço. Fico na loja até às 18:00 horas, fechando-a em seguida, para irmos ao culto às 19:30 horas na Igreja Adventista.

Foi ontem à tarde na loja de doces, que o meu filho Weksley, ao levar o almoço para mim, como faz todos os domingos, me fez despertar da sonolência como pai, como chefe de família. Decidí que preciso arranjar tempo no meu escasso tempo para dialogar mais com os meus 04 tesouros em forma humana que O Deus Criador me presenteou. O Doador desses tesouros com certeza, irá arranjar a fórmula, para que na minha escassez de tempo, eu encontre o tempo necessário para ouvir mais a voz dos corações dos quatro tesouros em forma humana que o Deus Criador me presenteou, os quatro membros que formam comigo, uma das famílias que Ele próprio constituiu e abençoa rica e poderosamente mais e mais a cada segundo.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 17/12/2007
Reeditado em 17/12/2007
Código do texto: T781675
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