Eu e minha implicância com a Inteligência Artificial
Eu e minha implicância com a Inteligência Artificial
Algum tempo atrás declarei meu fascínio pela inteligência artificial, as máquinas, e via elas como fruto do trabalho inteligente humano, que chamei de inteligência espontânea, natural, biológica, produto de reações eletroquímicas, ou, para quem quisesse simplificar, dádiva de divindades.
Naquela época, a implicância já transparecia, ao insinuar que a inteligência artificial só existia para satisfazer o desejo de onipotência humana, que não conforma com a limitação genética, ou divinal, da sua capacidade intelectiva e se empenha na construção de uma Inteligência Artificial, na esperança de materializar e eternizar a Inteligência Espontânea.
Apesar de estar indignado com algumas inteligências espontâneas, implicava com meu GPS, por mais que eu falava, não conseguia aprender que fazia um percurso diferente para chegar em casa, que preferia entrar à direita do que à esquerda, ... coitada, a Ana Maria é Inteligência Artificial!
O auge da minha má vontade com a IA foi os telemarketing e não me restou paciência e sentenciei: sou septuagenário que todas vezes que preciso da inteligência artificial, sempre encontro a mesma burrice da humanidade... a incapacidade de ouvir, compreender.
Hoje, depois de penar muito com o site de uma loja, muito besta, resolvi acionar o aplicativo do meu cartão de crédito para desbloqueá-lo. Fui direcionado para o chat. Duas ou três mensagens depois me redicionaram para um atendente. Para felicidade, me atendeu Maria M. Aí, apresentei minha solicitação e perguntei: Maria M. você é gente ou robô. Robô não costuma entender o que gente fala. (mais ou menos assim). Passado um tempo Maria M. me respondeu. Eu não sou robô... e me mandou uma lista dos procedimentos que eu teria que cumprir para me mandarem outro cartão!
Eu não queria outro cartão, só desbloquear o meu...
Coitada, Maria M. é inteligência artificial... fruto de desejo.
A minha implicância também.
Desejo é irrealizável!