O CANARINHO E A ÁRVORE DO AMOR
Um dia plantaram uma semente, e dela nasceu uma linda e frondosa árvore, e antes mesmo de dar os frutos, ela mal sabia que seria abrigo.
De um dia para o outro, eis que surge um ninho, e deste ninho um lindo canarinho.
Ele foi crescendo e a árvore também.
Ela foi abrigo nos tempos de chuva e de sol.
Ela achou graça nas primeiras plumas, dos grunhidos por comida e até do primeiro cantarolar.
Do ninho ele soltou para o galho.
O pássaro crescerá com a necessidade de partir.
E mesmo que não compreendesse, a árvore se achava responsável por aquela vida.
Eis que surgiu o apego pelo tempo e afeição.
Um dia, ela ouviu o que parecia ser o último pio de um lindo cantarolar, e um revoar mais alto.
De certa forma ela sabia que ele não votaria ali.
Pois seu destino já estava traçado a ir para outras árvores, onde o céu não era o limite e sim; a extensão, e antes mesmo, as suas asas desde a plumagem já davam este sinal.
O pássaro não pertencia a árvore e nem a árvore ao canarinho.
Mas o tempo sim!
Houve o tempo exato da beleza da troca, na vida.
Nasceu o primeiro fruto de um amor existencial.
A árvore foi fadada a estar lá fixa, pois seu papel no mundo estava além da sua compreensão.
Seus frutos estavam por vir, pois era uma árvore de amor, onde o amadurecimento daria a colheita a quem precisaria se alimentar do fruto.
De outros pássaros que não nasceram daquele ninho , pois estariam também vindo de uma breve passagem em outras árvores.
Na vida é assim:
A mãe é uma árvore de amor.
E o ventre, é um ninho, onde nasce um lindo canarinho que um dia precisará voar.
"Uma homenagem aos que ficam , e o respeito a quem passou por este mundo num rápido revoar". (M/J)
( Autor: George Loez)