TREZE LIVRINHOS SEM CAPAS (crônica)
Desta crônica faço uma canção. Singela e curta. Da singeleza quando se faz lonjuras; perde-se sabor e cores.
Do universo recebi uma grande honra. A honra é de vê-los livrinhos sem páginas, poder alisar as suas capinhas e contracapinhas com cores e brilhos. Logo, logo, de ver as primeiras páginas sendo criadas com suas trêmulas histórias esboçadas e os primeiros prólogos sendo registrados: Da alegria de não saber as previsões de seus epílogos.
Tive, sim, a honra do Universo de ver os treze livrinhos sendo capitulados para logo mais se tornarem independentes. Os nascimentos das primeiras frases infantis e juvenis, com seus pequenos erros e uma intensa vontade de serem editadas para a vida adulta.
Falo dos meus quatro filhos que nasceram livrinhos sem páginas. Os meus nove netinhos nasceram, também, livrinhos sem páginas. Por eles, filhos e netos, costumo dizer que sou escudo e espada e o guardião bibliotecário de livros eternamente sendo escritos e editados. Guardião dos livrinhos com lindas capas e nascedouros de belíssimas páginas com histórias especiais.