MINHA CURTA PASSAGEM PELO INFERNO
Morei na cidade de São Paulo por 45 anos, até decidir mudar para o interior, junto da esposa e filhos há 20 anos, com curta passagem por Atibaia e tendo fixado residência em Campinas. Ontem fui à SP para uma reunião de trabalho, onde fiquei por 5 horas e constatei quão sábia foi a decisão de sair de lá. Multidões de pessoas por todo canto, especialmente no Metrô, tomadas por uma pressa absurda e com cara amarrada generalizada. Caminho muito pelas ruas campineiras e trocamos um "bom dia" cordial sempre que encontro alguém, endossado por leve sorriso. É hábito que absorvi e adoro nessas duas décadas interioranas e que contrastou de forma brutal com a indiferença que impera na metrópole paulistana, onde todos estão sempre atrasados, correndo de um lado para outro, sabe lá Deus pra onde. Ninguém olha para quem está do lado, se pudesse passaria por cima sem a menor cerimônia, feito rolo compressor. Imagino que os moradores de São Paulo não têm consciência da loucura da sua vida cotidiana e nem dessa massa de gente se espremendo, e se contaminando, por todo canto, pois é esse o cenário que convivem desde sempre. Ainda bem que tenho poucas passagens por aquele inferno e podemos usufruir de um clima tranquilo e arborizado todos os dias, com vacas pastando, galinhas cacarejando pelas ruas e passarinhos sinalizando que novo dia está a caminho, entre outras benesses que só o interior presenteia.