BENEMÉRITA OU ASSASSINA?
Mulher em avançado estágio de doença, sem possibilidade de reversão do quadro e com muitas dores, pede à filha que coloque um fim no seu sofrimento, pois não aguentava mais aquela situação. Ela (filha) consulta o hospital sobre a eutanásia e informam que não fazem uso dessa prática, resposta igual dos médicos que cuidavam dela. Lembra então de outro médico amigo e faz a mesma consulta, explicando em detalhes o estado e histórico da sua mãe. Este pede que pegue um papel e caneta que iria passar a indicação de alguns medicamentos. A filha compra os remédios e lhe ministra nas doses recomendadas, que vai à óbito em poucos dias. Ela (filha) poderá ser considerada benemérita ou assassina? Ao atender o apelo de uma moribunda lúcida, possibilitando que deixasse de sofrer, ela agiu certo ou errado? Seria melhor mantê-la naquela UTI por mais tempo, com ilusão de que um milagre a faria ter alta? Haveria prova de amor maior do que respeitar a vontade de alguém que se ama, vivenciando um sofrimento diuturno sem chance de acabar?