Meu pai escrevia poemas com a enxada
A cachorra chamada Coralina em homenagem a grande poetisa passeia no quintal.
"Nao morre aquele que deixou na terra a melodia do seu canto."
Este verso de Cora Coralina me remeteu ao meu pai.
Estou sentado na varanda vendo a cachorra caminhando pelo gramado. Moro numa chácara repleto de poemas escrito pelo meu pai. A recebi de herança dele. Agora estou aqui lendo seus versos os quais foram escrito com a enxada. Neste pedaço de chão ele brincou com rimas:
Plantou Fruta Pão pra rimar com Limão, Amora com Acelora, Pitanga com Manga, Araçá com Gerivá.
E com seu falar macio e gostoso nos deixou contos e muitos causos.
E no meio de toda estas árvores um ventinho suave me chega ao ouvido trazendo a fala gostosa de meu pai:
- " Desfruuuta..."