Covardia Inominável
DENTRE meus pecados (são muitos) um nunca pratiquei: o desrespeito de qualquer tipo contra uma mulher. Posso ter causado contrariedade, algo leve, normal, natural, tipo pecadilho venial. Nada que ofendesse, humilhasse ou agredisse. Sempre achei que faltar com respeito a uma mulher não é só um pecado grave mas uma covardia inominável. O agressor de mulher - seja qual for o tipo de agressão - é sempre um covarde, incapaz de fazer o mesmo com um homem frente a frente. Mais a agressão à mulher é crime tipificado em lei.
Uma dessas agressões abomináveis contra a mulher foi praticada, em 1994, pelo então deputado Jair Bolsonaro contra a deputada Maria do Rosário. Ele com a sua costumeira agressividade contra as mulheres disse do plenário da câmara que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque a considerava muito feia e não fazia o seu tipo. Disse: “É muito feia, não faz o meu gênero, jamais a estupraria”. Um crime de xenofobia. Uma covardia ilimitada. Abissal. Um crime imperdoável.
Acionado na justiça a ação não prosperou porque ele tinha imunidade. Mas agora que perdeu, o ministro Toffoli mandou o caso para a justiça do Distrito Federal e certamente o covarde será exemplarmente punido.
Fico pensando daqui do meu cantinho no quanto Bolsonaro é covarde. Não só na falta de solidariedade aos seus capachos da tentativa de golpe, mas no medo de enfrentar um homem. Vejam o que Ciro Gomes diz dele e ele não responde com medo. A última de Ciro foi dizer que Bolsonaro era um ladrãozinho vulgar. Fez que não ouviu. Covarde. William Porto. Inté.