Os cômodos vazios
Os gritos vêm do outro lado essa brincadeira não demora vai dar choro!!!!!
Ao abrir a porta a saudade veio ao seu encontro parecendo que estava esperando. Tudo estava como antes, mas eles cresceram criaram asas e voaram. Sua companheira também partiu, o destino levo-a para novo mundo onde o caminho só tem ida, hoje a casa vazia dá-lhe um abraço apertado causando calafrio. Senta na poltrona fica observando os moveis no interior relembrando o tempo que passou.
Talvez precisa dar um tempo, a casa também esta sentido saudade.
Nesse momento ouve um estalo da madeira fria do armário quebra a mudez, mas tudo logo se cala de novo. As plantas, na varanda, reclamam sua sede nas folhas amareladas. No guarda-roupa fechado há tantos dias, camisas, calças e meias pedem uma réstia de ar. Os objetos, todos, querendo uso. Suplicam pelo bafejo capaz de espalhar umidade e ternura sobre as coisas.
Amanhã, quem sabe, vai dar sol. Pode chover também, tanto faz. À noite, o breu amplifica o silêncio. Não há quem acenda a luz, não há quem tropece, não há quem esbarre no pé de uma cristaleira. Não há sobressaltos, nem quedas.
Como se adivinhasse o futuro, a casa vazia ecoa temendo a solidão.
Ao sair deixa mala no chão, quando tranca a porta da sala antes de partir olha novamente no corpo inteiro da casa e diz: “Pode ter certeza vou embora, mas levo comigo boas lembranças que passei sobre sua proteção.