O homem não existia e a grama crescia

O homem não existia e as plantas floriam

O homem não existia e o vento soprava

O homem não existia e os pássaros voavam

O homem não existia e a chuva caia

O homem não existia e as flores se abriam

O homem não existia e os rios corriam

O homem não existia e as estrelas cintilavam

O homem não existia e o sol já aquecia

o homem não existia e a lua resplandecia

O homem não existia e o mundo ja era assim

Depois, bem depois chegou o homem

Se achou no direito de dar nomes e classificar as coisas

Medir, aferir, corrigir, menosprezar o que já estava aqui

Sujeitinho petulante, o homem.

 

 

 

Foto: Núcleo Estrela de Maria - por Jose Mazzuchetti