A História de uma Empresa Petrolífera Que Privatizada Oferece Piores Preços a População

Eu vejo o conto de fadas do Estado mínimo e o país das mil maravilhas pós-PT caírem em desgraça e deixarem o prejuízo para todos através do alto valor do combustível. Então vamos aprofundar a discussão das reais causas da crise dos produtos gerados pela Petrobras.

Primeiramente deve ser assinalado que é legítimo o protesto dos caminhoneiros frente ao aumento abusivo dos combustíveis. Entretanto, tal ato é praticado com bastante atraso e misturado com profundo arrependimento: os profissionais do volante que hoje criticam o Temeroso são os mesmos que serviram de massa de manobra para deposição de Dilma, a qual cobrava um valor bem abaixo do que os bolsos hoje chorão para pagar.

E é tardia a manifestação pública porque deveria ser feita lá no início do golpe parlamentar: uma paralisação geral, ampla, que envolvesse várias categorias no sentido de barrar o governo de que lá pra cá trucidou dezenas de direitos e políticas públicas de benefícios à população.

Em segundo lugar, saibam que hoje estão pagando (e muito caro) por aquilo que plantaram: os paneleiros que tiraram a Dilma do poder (mesmo com seus erros, limitações) legitimaram a política privatista de Temer em diminuir o controle estatal sobre a Petrobrás. O que possibilitou que as empresas do capital privado internacional dominassem a taxação dos valores cobrados nos combustíveis. Nesse ínterim, eles anexaram o valor do combustível nacional a oscilação dos preços cobrados internacionalmente - e deu nisso que estamos vivendo. A classe média brasileira sofre na pele a alta da gasolina por ter na rua legitimado a perda da autonomia nacional, a qual foi tomada de assalto pela iniciativa privada, pequeno grupo que lucra com nossa miséria.

Isso se dá pelo fato de que a atual gestão da Petrobras abriu mão de sua responsabilidade de controlar os preços cobrados, o que evita variações inflacionárias. Ao contrário do falatório neoliberal, é importante uma gestão governamental sobre produtos como o combustível, o gás, em função de cumprir um objetivo social – o mesmo oferece subsídios nessas áreas de serviço, controla a taxa de juros, desenvolve metas de ações para impedir que aquele produto de forma hiper inflacionária afete negativamente o bolso do povo. Essa postura econômica era praticada antes do atual governo, fator determinante para o preço bem mais em conta cobrado nos postos antes do ano de 2016.

A partir do momento que o governo vendeu as reservas de pré-sal para empresas multinacionais e diminuiu sua ação fiscalizatória sobre essa área econômica, o mercado interno ficou sucessível as variações de preço do mercado internacional. E dentro desse cenário, como as petrolíferas querem apenas lucrar e não há mais o governo para barrar seus preços abusivos, as mesmas tem agora total liberdade para repassarem os altos valores que cobram no mercado exterior. Percebam que a ação do Poder Público é uma proteção, uma fiscalização para impedir que o interesse privado e rentista das empresas se sobressaiam sobre o interesse coletivo de preços acessíveis a população.

As ações das empresas em praticar altos preços também visam o desmonte da máquina pública. A inercia fiscalizatória dos governantes buscam reforçar a presença de multinacionais atuando em nosso país. Entretanto, esses setores privados só exploram o petróleo por aqui com a garantia que terão liberdade de praticar altos valores (gerando uma maior margem de lucros). Sendo assim, o paneleiro que fala de privatização, de discurso mequetrefe de Estado mínimo joga contra seu próprio patrimônio – contribui para uma perspectiva privatista, o qual vai contra os interesses dos brasileiros e acaba com nossa autonomia nacional em produção de combustíveis.

Temer está executando uma política neoliberal voltada para o lucro (sem controle estatal) para as multinacionais em detrimento do empobrecimento da população, o que é sentido agora pela classe média. Para se ter uma idéia disso, mesmo o Brasil sendo auto-suficiente na produção petrolífera, o país aumentou a importação dos derivados desse produto para atender os lucros da iniciativa privada européia e norte-americana. Se configurou uma política que não serve aos interesses do povo brasileiro e sim aos gordos lucros de empresas que vem para o nosso território, exploram nossas riquezas naturais e levam os lucros dessa ação predatória para suas pátrias de origem.

24.05.2018

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 12/06/2023
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