DIVAGAÇÕES E DEVANEIOS

Ysolda Cabral 

 

Exponho o pensamento,

quando componho um poema, ou, escondo, sob um verso torto e crio um dilema.

 

Numa noite como a de hoje,

reflito e frito o pensamento tolo, para deixar a cabeça livre e o coração aliviado por não fazer esforço.

 

Paira no ar o cheiro de fumaça da fogueira de Santo Antônio, coisa da memória do olfato.

 

Contudo, o paladar é legítimo e é da pamonha que acabo de comer, como quem toma vinho, - recomendação do sobrinho -, por conta da dificuldade de encontrar a iguaria, própria dos festejos juninos, que todos querem comer, mas ninguém quer fazer. - Dá muito trabalho.

 

Quanto a audição sem CD, sem vinil, sem sanfona, sem zabumba e sem triângulo, vale o forró da memória, o qual controlo até o volume e arrasto os pés, que descansam sobre o apoio da cadeira de balanço.

 

Ando tão cansada, mas não quero perder a festa de Santo Antônio, e, bocejando solidão, vou dormir.

 

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Recife-PE

12.06.2023

Apenas Ysolda

 

Uma pessoa que chora e ri

de alegria, tristeza ou saudades em pudor.