Ao irmão do meu amigo!
Ao irmão do meu amigo!
Estou sendo impelido a discursar tema já debatido, a dificuldade de recomeçar a vida afetiva depois de certa idade, é difícil, quase, quase impossível. Depois dos 50 anos, mesmo com a mudança dos tempos, que aproximou aos 40, os candidatos, as pessoas livres para relacionamentos sérios, duradouros minguam, os bons partidos, nesta faixa etária, estão comprometidos, casados, os disponíveis, é quase certo, são restolhos, têm problemas.
Eu aconselho, talvez pessimista, precisou, trinta moedas na bolsa, mais ou menos o mesmo tanto na carteira, cuidados higiênicos, faz o programa e volta para a segurança do lar. Nada de levar para casa. O lar é sagrado. O problema para ali, se levar, precisa avaliar bem, conhecer família, ex, boletins de ocorrências, vizinhos, redes sociais, tudo ajuda, antes da invasão do sacrossanto lar!
Irmão do meu amigo, septuagenário, enviuvou. Passado o luto, para os outros, os outros querem que o irmão do meu amigo arrume uma companheira afetiva.
Mesmo aqui, depois dos setenta, continuo pessimista, neste momento, um pouquinho diferente, não é que os restolhos septuagenários sejam problemas, o problema é que os restolhos septuagenários têm histórias, histórias impregnadas como tatuagens, que não se apagam, e o tempo inteiro manifestam e invadem o cotidiano como fantasmas, fantasmas vívidos que assombram a possibilidade de novo relacionamento.
Os restolhos septuagenários que não têm histórias de relacionamentos, tem histórias, tatuagens que manifestam e invadem o cotidiano, fantasmas que assombram o relacionamento nunca vivenciado, tão contundentemente, que inviabilizam um relacionamento vivencial.
Ao irmão do meu amigo, septuagenário, enviuvado, enlutado, assediado... paciência!