Choro represado

Eu tenho um choro represado. Um choro doído que quer lavar a alma e desafogar todas mágoas do mundo.

Penso nos que padecem de fome, de frio, de alguma doença incurável, penso nos inocentes vítimas de guerras virulentas e caducas.

Penso nos marginalizados, abandonados, nos mutilados... nas vítimas de agressões físicas e psicólogicas, de abusos sexuais, verbais, e das drogas. Nas vítimas da fúria da natureza provocada pelo homem. São tantas mazelas que rondam o mundo!... eu olho para tudo isso com desesperança... as notícias disparam alardes... advindos de todas partes ... às vezes bem perto de nós.... todas provocadas pelo ser humano que ainda não aprendeu a ser humano. Caminho em carne viva de tanto sentir, não sei ser indiferente. Observo os animais e a natureza, como trabalham em equilíbrio perfeito, há harmonia entre eles... ainda que não sejam dotados de racionalidade... qual serventia essa tem para os humanos?... nós somos seres à parte... longe de uma integração ou cooperatividade... sempre arquitetando planos malvados e causando destruição; qual lição falta aprender ou qual delas ainda não aprendemos?... e colocam todas as demais espécies em risco. Meu choro não tem consolo e nem me traz alívio. É só um choro reprimido e condescendente. Sei que são gotas que não alteram o oceano... da mais profunda desilusão.

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 10/06/2023
Reeditado em 11/06/2023
Código do texto: T7810518
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