C a m e l o s
TANTOS são os assuntos que pipocam na mídia e nas redes que fica difícil escolher um deles para comentar. Sempre se foca no que está mais em evidência. A moda pauta os escritos.
Hoje vou dar feriado nos assuntos do momento e comentar sobre uma lembrança dos meus tempos de adolescente. É que me lembrei de um livro que ganhei de presente de uma tia quando completei 15 anos. Nome do livro: O Homem que Calculava, de Malba Tahan (pseudônimo). Adorei esse livro, foi ele que me fez gostar um pouco de matemática. Acho que o nosso Miguel Carqueija deve ter lido e até feito uma resenha sobre esse livro.
Nele o autor conta várias histórias arretadas. Uma delas nunca esqueci: a herança que um pai deixa para os seus três filhos. Deixa para eles 35 camelos. Detalhe: devem ser distribuídos da seguinte forma, o filho mais velho ficará com a metade dos camelos. O do meio com um terço dos animais e o caçula com um nono. A história se passa em pleno deserto árabe. Tentam dividir mas a divisão não sai exata, será preciso cortar um camelo em pedaços para cumprir o desejo do pai. Estão nessa discussão quando chega ao local dois viajantes num camelo. Logo o mais falante e prático se inteira do problema e se oferece para resolvê-lo. Os irmãos aceitam. A primeira coisa que faz é adicionar o camelo do amigo ao número da herança. Ficam então 36 camelos. Ele diz ao mais velho, você fica com 18 camelos; ao segundo, vocé leva doze camelos, é só terceiro que fica com 4 camelos. Todos ficam com mais do que se fracionassem um camelo. Mas então um deles diz que vai sobrar um camelo porque a soma dá 34 camelos. O calculista então diz que esse camelo é seu prêmio por ter resolvido o problema. Um truque de matemática. Vou reler o livro. William Porto. Inté.