UM TEMA RECORRENTE
Nos comentários mais acalorados das nossas redes sociais, quando o assunto é “qualificar” ou "desqualificar" aquele político e/ou aquele partido político que se diz da direita ou da esquerda, ou qual seria a ideologia de quem é da direita ou de quem é da esquerda e/ou da direita ou mesmo da extrema direita, os assuntos se polarizam de uma forma absurda, não chegando a um possível acordo de ideias, sobretudo quando se trata da justificativa do ponto de vista de cada um dos contendores.
O que mais se lê nos comentários pessoais nas redes sociais dos seguidores inveterados da nossa política partidária, entre réplicas e tréplicas, são algumas expressões como “esquerdopata”, "direitopata", "corrupto", "comunista", “socialista”, "fascista", etc., mas essas expressões nem sempre passam significados esclarecedores em cada uma das preleções feitas entre os pares envolvidos, evidentemente.
Os adeptos do governo anterior de direita que ainda estão de plantão nas redes sociais, se revezam nas defesas incontestes dos seus ídolos e mitos e continuam se imaginando serem a última "bolacha do pacote", mormente quando o assunto é tentar isentar seus ídolos e mitos de eventual cometimento de atos ou ações que os associem à pratica da famigerada corrupção.
Juram de pés juntos e mãos postas, que não houve corrupção de forma plena praticada por integrantes daquele governo. Afirmam que essa tem sido uma prática dos integrantes dos governos anteriores, entre outras justificativas, menos desse governo mais recente.
Já os de governos anteriores de esquerda e os do atual, mais cautelosos quando da discussão de tal assunto, acreditam que a corrupção ainda não acabou e nem tem data marcada para isso. Entendem que ela já faz parte da tradicional moeda de troca entre os pares ativos da política partidária de nosso país, mais conhecida como "toma-lá-dá-cá" e tem se tornado parte integrante dos conchavos intrapartidários dos nossos políticos como um todo.
Afirmam, outrossim, que enquanto existir "homens do povo" querendo "aparecer momentaneamente", ou querendo "se firmar no poder", a corrupção caminhará lado a lado, em meio a todos eles.
Para eles, a política partidária e a corrupção há muito tempo tem sido cúmplices e agido como se fossem irmãs siamesas. Infelizmente, uma tem dependido da outra para continuarem vivas e todos os políticos que fazem da política o seu meio de vida têm consciência desse liame “necessário” e convivem de forma pacífica com isso.
Eu, particularmente falando, não sei o que deve ser feito para que a corrupção em sentido amplo seja extirpada do meio político e partidário de nosso país e se soubesse não arriscaria externar meu pensamento, aleatoriamente. Decerto, muitos iriam me tachar como certo visionário ultrapassado que está querendo aparecer nas redes sociais. Quiçá, os mais "santinhos" e defensores de outros ídolos e mitos "santinhos" do nosso meio político e partidário tentassem induzir meus familiares a me internar em algum manicômio ou, na pior das hipóteses, os mais poderosos me propusessem alguma propina vultosa para que eu ficasse de boca fechada, obrigando-me de forma indireta a fazer parte de grupos seletos dos seus ídolos e mitos também.
Enfim, qualquer um de nós, do lado de cá, poderá apontar eventuais pontos falhos praticados por nossos "homens do povo" que apresentem alguma conotação da prática de corrupção ativa ou passiva que eventualmente os impeçam de continuar na ativa, mas pouco se poderá fazer para que isso surta alguma medida legal eficaz, uma vez que a Lei da Ficha Limpa, que é o atual dispositivo que proíbe que políticos condenados em decisões colegiadas de segunda instância possam se candidatar e possam continuar na ativa, ela mesma encontrará uma "saída" legal para que os seus "condenados" possam, algum tempo depois, se safar dos imbróglios políticos e partidários por eles arrumados e, no frigir dos ovos, tudo tenderá a ficar como era antes...