AH! DESCULPA DEUS, NÃO É NADA, NÃO, FOI APENAS UM CISCO NO OLHO
Oh! Tempo, por que se vão tão cedo os amigos?
Oh! Mundo, por que esse pedestal de lágrimas?
Oh! Vida, por que não estamos a salvos do perigo?
Serão as perdas uma bênção ou são dádivas?
Ó Deus, Pai da Exegese, permita-me, aqui, dizer:
A morte parece ter virado status, glamour...
Paro, penso, medito e não consigo entender,
Será isto uma purificação e rumemos à Terra de Ur?!
Ó Deus, vivemos nós na antessala do medo,
Precisamos de uma luz, um apoio, um alento...
A vida nos escapa, ah! por entre os dedos,
“E choramos iludidos sob os beijos fatais do tempo.”
Ó Deus, por que não nos personifica?
Lapida-nos, fechai dos corações as feridas;
Desintegra-nos da morte, nos dignifica;
Dá-nos um ansiolítico, o elixir da vida!
Ó Deus, ajuda-nos, estamos de mãos atadas,
Ficamos estarrecidos, afoitos, no trânsito;
Morremos e não sabemos, sim, fazer nada,
Sentimo-nos pequenos, incautos, atônitos...