Deixa ir!!!
Deixa ir!!!
Tudo que não te faz bem. Tudo que te machuca. Que te faz sangrar ou chorar.
Deixa ir e ainda escancara a porta. Coloca para fora de ti e da tua vida o que não te acrescenta, o que não te satisfaz, o que não te faz sentir viva. Sempre soubemos que a vida é um sopro, que hoje estamos aqui e amanhã talvez já estejamos do outro lado.
Deixa ir, o que permanecer é porque escolhe estar contigo. Doloroso? Faz parte do show.
A pandemia nos esfregou na cara vezes sem conta que somos seres finitos, enquanto na carne, que o sofrimento se esparrama por aí, que todos nós sofremos, e qual o balanço desse anos?
Já fez as contas, alguma bateu? Zerou? Dividiu? Multiplicou? Somou?
Se nada disso aconteceu contigo, então algo vai muito mal por aí, não é mesmo?
Falamos em teoria da conspiração, em quanto esse ou aquele, ganhou ou perdeu? Ganhar ou perder o que? Dinheiro? Poder? E daí? O que isso impacta nas nossas vidas? O que te faz querer ser melhor ou pior?
Nem todos têm dinheiro ou poder. Aliás, a grande maioria de nós muitas vezes não tem o que comer ou vestir. Então na minha sincera opinião quero mais que se exploda essa teoria.
Minha preocupação é com pessoas de carne e osso. Com os que perderam a fé, a crença, pessoas que amavam ou que gostavam.
Qual o saldo desses dois anos? Quantos gritos sufocados? Quantas lágrimas derramadas? Quanto ódio disseminado por aí? Quantos deixaram de sorrir? De sonhar? De viver?
E agora, como todos pregam, estamos voltando a normalidade!! Mas, espera alguém me explica o que é normalidade, por favor? Normal é entrar nas redes sociais e detonar quem não se enquadra nos conceitos deturpados ( falo, ou melhor escrevo) em todos os conceitos?
Não me enquadro, não quero me enquadrar e não aceito rótulos.
Sei quem e o que sou, me destruí e reconstruí vezes sem conta. E ninguém me fará desistir de mim. Já abri mão de mim mesma, por conta do que pensava ser amor, abri exceções, aceitei pequenas doses de atenção. Não mais!!!!
Nesses dois anos, aprendi mais sobre mim e sobre o outro, alguns outros, os que me tocam, aqueles que me importo. Sou alguém restrita, esquisita, chata e não sou dada a muitos amigos. Porque ou é verdadeiro ou jogo fora mesmo!
Não carrego mais do que posso e quero suportar. Cansei de ser compreensiva, de ser metida a ser boazinha. Não sou boazinha, não sou cordata, não sou uma dama!! E melhor ainda, não quero ser nada disso!!!!
Tenho minhas crenças, meu mundo, minhas preferências, meus quereres e meus desejos. Como também tenho meu ódio, minha revolta, meu rancor, minha irascibilidade. Esses são traços de uma pequena parcela da minha personalidade, uma delas.
Deixei ir quem não estava disposto a estar. Deixei ir a dor que minha alma sentia. Gritei até ficar sem voz. Bailei sozinha enquanto gritava para a lua até me sentir reconfortada.
Até não sobrar nada em mim que não sentisse ao menos um pouco de paz. Não sou pacífica, tenho que me vigiar constantemente, não pelo outro e sim por mim. Nas horas de descontrole, e elas sempre vem, o outro deixa de ser espelho… Tudo se funde no negro, no abismo e aí…
Bem aí é uma outra história, que acredito que a maioria não gostaria de conhecer.
No saldo final, deixa ir o que não agrega, o que não faz a alma vibrar. Porque morrer, todos vamos. Então que a vida tenha valido a pena. Por que quem sabe se haverá uma próxima oportunidade?
Grite, esbraveje, ria, gargalhe, ame intensa e insanamente.
Faça valer a pena!!
Morte espera pacientemente por nós.
Destino se faz a cada escolha ou não.
Viva, porque essa é sua única vida.
Importa se haverá outra ou outras?
Evidentemente que não!