Uma rotina “cansativa”
Todos os dias, logo pela manhã sento-me diante ao computador, numa sala calma, tranquila, reservada somente para ministrar minhas aulas de Língua portuguesa (gramática e literatura) onde atendo alunos do 8º ano e 9º ano. Raramente consigo visualizar os rostos destes estudantes que se põem diante aos seus celulares e computadores para assistirem essas explicações para posteriormente realizarem as atividades impostas e as avaliações para obterem suas notas, pois diante de minha visão ficam somente as fotos de imagens dos “heróis” que são admirados por cada um. As câmeras continuam desligadas e por muitas e muitas vezes penso que estou falando com essas figurinhas colocadas por eles e faço apenas um monólogo, já que não obtenho resposta alguma quando faço algum questionamento sobre suas ausências, dúvidas e perguntas sobre sua presença na classe.
O corpo discente destas turmas não tem interesse em aprender os conteúdos ofertados do planejamento que cuidadosamente foi construído por professores, mestres para que possam ter um futuro promissor, o que vale para seu “currículo” e status na rede social é postar sua satisfação por ter concluído o ano letivo e avançado para a série seguinte, mas não se importa com a aprendizagem. A leitura para o aprendiz não faz parte da sua educação porque o educando não possui o hábito de escolher um livro para se dedicar a estudar as mensagens deixadas por autores que escreveram suas histórias, suas criatividades para serem exploradas por aqueles que gostariam de aprender algo inovador.
Confesso que para mim, o aprendizado de crianças, adolescentes e adultos em cursos profissionalizantes estão ameaçados pelo desejo desses estudantes em estar postando suas fotos e histórias corriqueiras. Mas o conteúdo de conhecimento geral, aquele que é de grande importância para o crescimento profissional parace ser algo banal à sua vida, desacreditada ao ser que necessita de consciência intelectual, segue minha insistência...
Esta crônica foi escrita durante a pandemia, Covid-19, quando fecharam-se as escolas e tivemos que ministrar aulas via Meet.