Bares velhos
Velhos bares.
Que bons ventos me trazes?
As paredes continuam as mesmas, com as cores desgastadas e os rejuntes empapuçados de poeira.
Os velhos vinhos empoeirados nas prateleiras, mostram que por aqui todas as coisas continuam as mesmas.
Fui atendido pela mesma garçonete de tempos atrás: uma negra corpulenta com um sorriso afável e olhos infantis.
A mesma de uns bons quinze anos atrás.
A mesma que me atendia quando eu escrevia com os uniformes do colégio escondido na mochila, enquanto tomava uma cerveja depois do colégio.
E em meio a uma das minhas músicas, me vi inundado de álcool e nostalgia.
Tudo continua normal no bar feio.
A trilha sonora é a mesma de sempre: o mesmo falatório, pessoas falando do resultado do jogo do bicho das 14 horas. O sol ainda bate na mesa da ponta esquerda. Manolo, continua um "amor de pessoa" atendendo aos clientes, com a mesma cara de poucos amigos, e poucos sorrisos.
Só o que mudou, foi a companhia, a marca da cerveja e do cigarro. Mas as coisas, continuam as mesmas.
O bom e velho vai e vem dos pedestres, enquanto meu eu jaz aqui.
Entre as garrafas e me lembrando de todas essas unicas que fazem esse lugar ser o que é.
E mesmo ainda hoje, numa tarde de sexta feira qualquer, eu ainda lembro com saudades de todas as alegrias e tristezas que esse velho balcões de madeira já presenciaram desde minhas tranças até o meu cabelo calvo.
É.
Estou ficando velho
Marcos "TINGUAH" Vinicius