Machado Pesado - Negritude
Sob o manto cinzento da neblina matinal,
Esconde-se uma história marcada pela dor e pelo mal.
Era o tempo da escravidão, da milady e da sinhazinha,
Onde almas negras sofriam a mais amarga sina.
No engenho, o trabalho árduo e cruel,
Negros que carregavam o peso do céu.
Seus corpos marcados pela dor e pela chibata,
Mas suas almas resistiam, firmes e combativas, sem nenhuma trégua.
No coração da noite, entre suspiros e lágrimas,
Renasce o amor amargo em meio às horas trágicas.
Encontros proibidos, afagos escondidos,
Negros que buscam um momento de alívio e abrigo.
A alma negra clama pela liberdade,
Enquanto o espírito luta contra a adversidade.
No meio das senzalas, surge a força ancestral,
E o desejo de voar para além desse quintal.
E assim, nas entrelinhas dessa história de dor,
A chama da liberdade brilha com fulgor.
Os negros resistem, em cada batida do coração,
Buscando a redenção, a justiça e a emancipação.
Lapidador dos sons da vitória, porta-voz dos silenciados,
Com suas palavras, liberta os aprisionados.
Que essa cancioneira crônica ecoe pela eternidade,
Enaltecendo a força dos negros em sua luta por dignidade.
In, Susatel - Machado pesado
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