Robespierre não morreu
Em seu livro “Anotações sobre Pensadores da Nova Esquerda”, Roger Scruton afirma que: “O intelectual de esquerda é tipicamente um jacobino. Acredita que o mundo é deficiente em sabedoria e justiça, e que a falha reside não na natureza humana, mas nos sistemas de poder estabelecidos.”.
Esse posicionamento diante das falhas humanas é um dos fundamentos do Marxismo e continua bem evidente não só nos intelectuais de esquerda, mas também nos pseudointelectuais, nos políticos e “ativistas da plena harmonia entres os seres” que esperam transformar a Natureza humana através de um número infinito de leis, com as quais pretendem guiar cada passo, gesto e pensamento de todas as pessoas.
A propósito, me parece que nos dias atuais, os pseudointelectuais e ativistas estão tendo mais influência na Sociedade do que os intelectuais propriamente ditos.
Com essa visão caolha de mundo, pseudointelectuais e ativistas, os modernos “reformadores” da Sociedade, criaram aberrações como “racismo estrutural”, “herança escravagista”, “cultura do estupro”, dizem que a pobreza é resultado do interesse dos neoliberais em fazer os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, como se fosse possível produzir riquezas sem participação de mão de obra eficiente e bem remunerada e outras insanidades que aliás, criam diariamente.
Sendo incapazes de enxergar a realidade, esses “reformadores” fazem apologia ao atraso material e espiritual e se ufanam da pobreza (dos outros), preservando através dos tempos que o pobre é santo e o rico é satânico, obviamente excluindo a si próprios desse último conceito.
Sobre tais “reformadores” paira um fenômeno que merecia ser estudado com muito cuidado, senão vejamos:
- eles nunca são pobres;
- nunca são racistas;
- nunca são estupradores (mas se permitem serem pedófilos);
- são sempre pacíficos (mas toleram a violência contra os “inimigos);
- são sempre democratas, embora elogiem ditaduras e pregam medidas autoritárias para defender a “democracia”.
Sobre os intelectuais (jacobinos), Scruton prossegue dizendo: “E "justiça social" é um objetivo tão irresistivelmente importante, e sem dúvida tão superior aos "interesses estabelecidos" que se opõem a ela, que redime toda ação feita em seu nome. Sem nenhum pudor, o defensor da justiça social regozija-se com o ardor do combate, e no caso de aliar-se a fanáticos, pode até se tranquilizar, assumindo que se trata de um modo antigo de virtude.”.
O termo “jacobino” surgiu durante a Revolução Francesa e foi atribuído aos membros de um grupo político que tinha como sede o antigo convento de jacobinos (nome dado a religiosos dominicanos).
Maximilien de Robespierre foi o fundador do Clube Jacobino na Revolução Francesa e tinha como princípio “a república a qualquer custo”.
Ele e cinquenta de seus apoiadores foram guilhotinados por sua política de terror.
Os jacobinos da atualidade que se cuidem, porque ao tentar moldar uma sociedade onde eles se colocam como únicos seres dignos de propor soluções e de agir, quase sempre tratando quem pensa diferente como seres inferiores, eles podem estar pavimentando o caminho que os levará a “guilhotina”.
De certa forma esse, “guilhotinamento” já acontece. Basta repararmos que nos “debates” que participam a sua plateia ou leitores se dividem em dois grupos, os que ficam calados e os que concordam, sinalizando que seus argumentos são tão absurdos que não dão margem para serem expandidos.