NÃO SEI DESENHAR

Ah, se eu soubesse desenhar... Eu não sei. Admiro quem tem esse dom. Aquelas figuras criativas com mensagens importantes, sabe? Acho que é cartum (ou charge) que se fala.

Bem, mas eu gosto de escrever. Então conto com a sua imaginação fértil para construir a seguinte imagem mental: uma pasta (da cor que você quiser) onde pode estar escrito qualquer coisa na frente, do tipo "Saúde, Assistência, Educação"... Sei lá. Use sua imaginação!

Então a pasta vem embrulhada com um laçarote bem bonito. E dentro dela vem muitos penduricalhos para serem distribuídos ao bel-prazer. Daí que o presente é entregue quando um(a) sujeito(a) é eleito(a) para uma casa legislativa. A depender de seu comportamento "bonzinho", é claro! Se for "malcriado(a)" não ganha pastinha, aiaiai! Ou ganha, pra ficar quietinho(a). Afinal, barulho incomoda.

Ué... Mas na pasta vem folhas com pautas para escrever leis? Vem uma lupa para fiscalizar de perto a execução das políticas públicas? Acho que não, porque quando abrem o presente, esquecem-se rapidamente qual era a sua função.

E aí viram o dono ou a dona "do pedaço". É loteamento de políticas públicas que chama? Não sei. Só sei que há muitos municípios do interior do Brasil que tem essa tradição, de dar "uma pasta de presente" quando o menino (e até menina), entra pro legislativo.

E seguem assim... Os donos e donas do pedaço, se sentem com tamanho espaço... abrem a pasta e não querem nem saber o que está escrito nas leis. Importa é o que ele (ou ela) disse que fez. Afinal, para que garantir direitos? No entendimento dos(as) presenteados(as) é melhor garantir favores, para voltar sempre noutra eleição, de novo, novamente e outra vez.