O MELHOR LUGAR DO MUNDO

Um dia destes, depois de visitar meu médico para realizar exames de rotina, ele constatou que eu estava com a pressão arterial muito alta, fato para o qual não havia qualquer razão aparente. Fui submetida a uma série de exames, tomei vários medicamentos e como a pressão não dava sinais de que baixaria, o médico fez uma recomendação que eu decidi seguir à risca. Ele disse que não havia razão para eu estar enfrentando aquele problema. Portanto, eu deveria fazer uma viagem, procurar sorrir bastante, contar piadas e tomar algumas cervejas.

A princípio imaginei que ele estivesse brincando, mas quando percebi que ele falava sério, tratei de seguir sua recomendação. Imediatamente comprei um pacote de viagem para conhecer o interior do Rio Grande do Norte com um grupo de pessoas superanimadas, com as quais logo firmei laços de amizade.

A viagem foi maravilhosa porque, além de conhecer pessoas alegre e descoladas, também conheci várias cidades do meu Estado com seus usos e costumes. Também pude descobrir o quanto o povo norte-rio-grandense é hospitaleiro e acolhedor. Durante a viagem, eu não me limitei a tomar cerveja, mas também tomei vinho, suco de frutas e até conselhos.

De tão boa, aquela viagem despertou meu interesse para outros roteiros, de modo que eu não parei mais de viajar por este País afora. Assim, durante as férias e os feriados prolongados, eu boto o pé na estrada e parto para conhecer lugares os quais costumava apreciar somente através dos livros e pela Internet.

A pressão arterial, depois de muitas viagens e muitas cervejas, voltou ao normal, de modo que eu já não preciso me preocupar com ela. Por outro lado, descobri que tomar cerveja durante uma viagem ajuda a fazer amigos, assim como contribui para acalorar uma conversa. Mas prefiro as que não contem álcool.

Viajar, portanto, tornou-se um hábito na minha vida e ao voltar de cada destino escolhido, guardo as memórias do lugar através de fotos e, dependendo do quanto gostei do lugar, guardo o nome para um futuro retorno. Outro pensamento que me domina em cada volta de uma viagem é o de querer descobrir qual é o melhor lugar do mundo. Ainda não tenho a resposta, uma vez que ainda não conheci todos os lugares do mundo.

De uma coisa, porém, não tenho a menor dúvida: Depois de uma viagem longa e por melhor que ela tenha sido, nada pode ser comparado à volta para casa – lugar onde a família nos espera cheia de saudade e nos recebe com carinho. Nada pode ser comparado à comidinha de casa, feita especialmente para nos agradar e temperada com amor. Nada pode ser melhor do que regressar cansada e saber que a nossa cama está quentinha nos esperando com lençóis limpos para embalar nosso sono.

Então cheguei à seguinte conclusão: Existem muitos lugares especiais espalhados por este mundão de Jesus Cristo, mas o melhor lugar do mundo, para mim, é a minha casa. Acho ótimo descobrir as maravilhas existentes pelos lugares por onde viajei, mas nada pode ser melhor do que os abraços saudosos que recebo da minha família e dos meus amigos ao retornar.

Os abraços da minha família e dos meus amigos são calorosos, cativantes, envolventes. Eles são repletos de carinho e me demonstram o quanto eu sou importante para todos. É dentro destes abraços que eu sinto o quanto é importante ter família e ter amigos. Portanto, não resta dúvida: O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço caloroso da família e dos amigos.