JOGADOR

Um dia ele girou a roleta da sorte

Caiu apenas uma moedinha,

Ela tinha um valor ínfimo,

E também era diferenciada.

Guardou-a como amuleto,

E assim, por muitas vezes, ouviu o crupiê gritar:-

"Façam suas apostas"!

E às vezes ele repetia: - " Hiii... Deu burro novamente"!

O tempo passou e demorou para ele entender

O que era o embaralhado de um jogo comum

Que o burro daquelas apostas, parecia com ele.

E andaram juntos por um bocado de tempo.

Enquanto bicho, estava a observar os outros,

E via o quão são ariscos!

Cabreiros dos próprios semelhantes, do bicho homem.

Agindo pelo conhecimento de causa,

Ou apenas pelo impulso ou instinto .

Aquela moeda que outrora ganhou,

Tinha um simbolismo na efígie,

Uma mulher, feito serpente de duas cabeças,

Uma olhava distante, a outra olhava para ele.

Assim como um jogo de interesses,

Ou simplesmente, reações distintas!

Decodificou-a, tirando suas próprias conclusões:-

"No jogo da vida, a efígie que estava cunhada na moeda,

Trazia-lhe as escolhas, as duas cabeças, as decisões.

A protagonista dessa fábula, atravessou o lúdico,

Transformou-se e foi se transformando

naquela que ele escolheu para viver contigo.

Duas cabeças, suas cabeças, pensantes.

Aquelas que sempre dirigiram seus destinos,

Frutificaram, em forma de união, família e progresso.