Às voltas com o primo Januário Sete Orelhas...

A partir de uma obra de autoria do lavrense Eudes Magalhães Júnior, uma quase biografia do temível primo Januário Garcia Leal, o quarto irmão de um total de nove, proveniente dos Açores, assim como os antepassados de meu avô Joaquim e que, para vingar o assassinato de um dos irmãos, matou e cortou uma orelha de cada assassino, em número de sete. Na verdade sete irmãos que já eram mau agourados como "os ladrões silvas".

Com as orelhas salgadas e ressecadas confeccionou um tenebroso colar que mantinha pendurado no pescoço, até que a sétima orelha fora finalmente conquistada.

Para tanto, levou coincidentemente sete anos e, ao fim da setena macabra, fez questão de pendurar o colar na mesma figueira onde o irmão fora morto e depelado.

Assim, o Januário Sete Orelhas se tornou uma lenda. Mas, foi ele que, ao chamado do primo, o capitão Mateus Luiz Garcia, trouxe seus amigos (já ajuntados como uma espécie de bando justiceiro) e numa única noite demoliu e incendiou todas as casas que estavam sendo ilegalmente construídas em áreas da Sant'Ana das Lavras do Funil, um ato de coragem e heroísmo que deu origem às Praças Leonardo Venerando e Dr. Augusto Silva.

Dos dejetos incendiados e quebrados, lotaram vários carros de boi preparados pelo bando justiceiro e foram, léguas e léguas ao longe esparramados em uma voçoroca (assim me disseram), a fim de que não mais se aproveitasse um único tijolo, uma única telha, um único barrote dos barracos que estavam sendo teimosamente erigidos onde hoje existe, com as imponências que lhe são devidas e ainda sob o título de duas das mais lindas praças do Brasil!

Se hoje temos os largos das Praças Leonardo Venerando e Dr. Augusto Silva, muito devemos aos consanguíneos capitão Mateus Luiz Garcia e Januário Garcia Leal, antepassados de meu avô materno Joaquim Otaviano Garcia.

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