O Lobo e a Cigana

Um grande Lobo branco corre noite adentro, com uma flecha alojada em seu peito, mas o que não imaginava era que estava sendo observado. Ali estava ela, podia se escutar o bater de asas que faziam as folhas no chão voarem e fazer os pelos do Lobo se movimentarem que, em posição de ataque, já se preparava para fazer uma vítima. Em meio as árvores, surgiu uma bela Coruja, com longas penas avermelhadas e grandes olhos castanhos. Levemente, os raios da lua tocam aquelas penas que vão se transformando em longos cabelos ruivos e um corpo curvilíneo, coberto por uma longa saia colorida e uma blusa marrom. Era uma mulher, uma bela mulher…

O grande Lobo deu alguns passos para trás, tentando aumentar a distância entre eles. Eu a reconheci, era uma das filhas do vento, ela era uma cigana…

A garota calmamente tenta se aproximar do grande animal que, com relutância, rosna tentando afastar. A mulher lentamente apoia um de seus joelhos ao chão e abaixa a cabeça, ficando com o olhar na mesma altura do dele.

- Vi que está machucado, caro Lobo. Quero apenas lhe ajudar. - diz a menina, olhando profundamente nos olhos negros do lupino

- Não tenha medo, não irei lhe fazer mal. - continuou ela, e mesmo desconfiado, o animal abaixou a cabeça, autorizando a ajudar.

- Vai doer um pouco, mas preciso que você confie em mim. - diz a cigana, que em seguida, pega a base da flecha, respira fundo e puxa… O Lobo dá uma rosnada, que até chega a assustar.

- Pronto, é uma flecha bem grande. Agora, fique quietinho, irei cuidar desse ferimento. - disse a garota. - Então, a cigana junta suas mãos e coloca sobre o ferimento.

- Como pode mãos tão pequenas serem tão quentes assim? - O Lobo se perguntava.

No lugar onde está o ferimento deixado pela flecha, agora surgem pequenas flores, com pétalas vermelhas e com um aroma doce.

- Que de hoje em diante, seja sempre assim: que de suas cicatrizes nasçam flores.

A garota deu um leve beijo no focinho do animal e, com a cauda, o Lobo traz aquele pequeno ser para perto de si, fazendo a menina se aninhar em seu grande corpo macio e ali assim cair no sono. O grande Lobo mesmo sem entender, o que sentia, sabia que podia confiar, deu uma lambida no rosto da menina, os longos pelos brancos deram lugar a um corpo de pele pálida, um homem com longos cabelos negros e um olhar misterioso que tem um pouco de doçura. O homem observa a cigana deitada em seu peito, a ciganinha abre seus olhos castanhos claro e sorri para o homem como se soubesse quem ele era, e retorna a adormecer.

Gabriella Panoff
Enviado por Gabriella Panoff em 27/05/2023
Código do texto: T7798859
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