Alugam-se Fantasias
Hoje cedo, ao dobrar uma esquina, deparei com uma placa que anunciava: “Alugam-se Fantasias”.
Diante desse quadro, fiquei pensando...
O carnaval já passou e com ele foram-se as fantasias, as purpurinas, os confetes, as alegorias etc. e tal..., diluindo-se em cinzas e das cinzas renascendo a realidade nua e crua, assim como ela é.
Agora, nas passarelas desfilam transeuntes apressados, cujos passos desordenados, em busca de algo que lhes dê sentido, talvez à própria existência, perdidos numa “selfie” e outra, enquanto outros muitos se desgastam e se estragam na labuta dura do dia a dia, em nome do pão de cada dia, sem expectativas, ou quiçá um olhar ao longe, no vaivém do cotidiano, sustentando toda uma nação. É a realidade com os seus lados e avessos, numa sociedade às avessas.
O certo é que as fantasias continuam, desta vez, em outros carnavais, os fora de época, em que o ilusionismo social acontece, em que os “grandalhões” brincam e expõem espetacularmente os seus fantoches e fantasias de palhaços no grande circo das manobras sociais. Haja palhaçadas!
Voltando-me a esquina, em frente àquela placa, encontrando-me inerte, divagando em pensamentos, cheguei à conclusão de que as fantasias do anúncio se referissem às tão bem-vindas festas juninas e julinas. Ah, excelente justificativa!
Enfim, resumindo a ópera, ou seja, esta humilde croniqueta, hahaha..., deixamos aqui o nosso entendimento de que no atual estágio evolutivo moral em que a humanidade, em média, por ora se encontra, certamente ainda necessitamos, e necessitaremos por muito tempo, de muitas fantasias, para vivermos e buscarmos o sentido da vida.