O amor pode estar do seu lado
Mesmo contra minha vontade, mexi com ela. A chamei grosseiramente de gostosa. Tornei-me assim, instantaneamente abjeto. Confundia o que pensava com o que falava.
Ora pensava em voz alta, ora falava em pensamento. E aquilo foi despropositado.
Ela ao menos me olhou. Antes de me chutar forte os culhões.
Urrando, desta vez não de prazer, sentia uma dor profunda.
O tempo a tudo cura, e a tudo desbota. Passeava pela Avenida Paulista, uma mocinha pálida (com peitos fartos e coxas tenras) me pede uma informação. Para que lado fica o Bixiga? Aponto para a direção do metrô Brigadeiro.
Não me agradeceu.
Ao invés disso, vomitou calorosamente em meus sapatos.
Terrivelmente constrangida, disse que suspeitava de gravidez, por isso, andava por aí vomitando sem mais nem menos.
Não a julguei por isso e logo reconheci ser ela, a moça que acertou-me uma potente bica no saco, meses atrás.
Pela maneira que a mim se dirigia, estava evidente que não me reconhecera.
Melhor assim.
Antes de jantar e beber vinho a gente havia feito amor, e naquela noite tudo terminaria em buliçosos atos obscenos.
Em que a chamaria de gostosa, e apesar da grosseria, seria contemplado com uma sonora lambida, onde antes me acertara em cheio.