A MINHA AMÉLIA

"As vezes passava fome ao meu lado

E achava bonito não ter o que comer

E quando me via contrariado dizia

Meu filho o que se há de fazer

Amélia não tinha a menor vaidade

Amélia que era a mulher de verdade".

Essa música do Mário Lago e Ataulfo Alves retrata a mulher dos sonhos de muitos homens.

Confesso que já quis ter um mulher assim e fiz algumas tentativas pra achar, sem êxito.

A vida acabou colocando do meu lado uma mulher que de Amélia não tem nada.

Nunca vai achar bonito não ter o que comer, apesar de, caso aconteça, vai chiar, reclamar, bater o pé, mas acho que não me largaria por conta disso.

Se me vê contrariado, ao invés de se conformar dizendo "o que se há de fazer", vai querer saber o que está rolando, certamente querendo ajudar a resolver a situação.

Tem sua vaidade, o que respeito e gosto de apreciar.

A minha mulher de verdade tem pouco da Amélia daquela canção, mas não a trocaria por outra.

Aprendi a amar a cara-metade com tudo aquilo que é, mesmo nem sendo sempre da forma que mais gostaria.

Isso tem garantido que a nossa história não fosse por água abaixo.

Acabei tendo uma Amélia do meu jeito e somos bem felizes assim.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 25/05/2023
Reeditado em 25/05/2023
Código do texto: T7796868
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