Ah, que viagem!
1976!
Chegamos em Munique. A cidade estava lotada. Acontecia uma feira de livros, ao ar livre, bem no centro da cidade. Uma movimentação anormal. Ficamos a ver navios, já que não fizemos reserva antecipada de hotel. Finalmente, depois de muita conversa, conseguimos acomodação, por uma noite, bem ali, no centro, num bordel. Ao invés de dormir tal e qual meu marido, que após um vinho, entregou-se ao sono dos deuses, fiquei observando, pelas frestas da janela "die Prostituierten".... Mil coisas me passaram pela mente. Era essa, então, a chamada vida fácil ! A menina quer crescer e quando cresce e segue por curvas que encurtam o caminhos mesmo que em muitos momentos, sente um aperto no coração, não consegue retornar. Quantas saudades dos joelhos ralados, nas brincadeiras de rua! Mas, num choro disfarçado diz " Isso não é nada, vamos em frente !"
Saímos dali, o dia ainda não havia clareado. Pegamos o avião e fomos conhecer os lugares encantados que estavam em nossos planos. Suécia e Dinamarca nos fizeram sentir dentro de cartões postais. As pessoas pareciam soldadinhos de chumbo andando pelas ruas. Malmo e Copenhagem me encantaram. Com certeza, foram os lugares mais lindos e também os mais caros em que estivemos, mas valeu cada coroa sueca ou dinamarquesa que investimos. Dizem que vontade é uma coisa que dá e passa. Mas, não consigo fazer passar essa vontade de retornar a esses lugares, que não saem dos meus sonhos. Aliás, tento todas as noites, pegar um voo astral até aqueles lugares.
Jandiel
Jandira Leite Titonel