Brasil contra a guerra e o racismo
Dois assuntos desta semana: a ida do presidente Lula ao G7 e as novas manifestações racistas contra Vini Jr em partida do Real Madrid na cidade de Valência, Espanha. Esses fatos estão por demais na ordem do dia, então nem farei introdução informativa sobre os mesmos, até porque uma crônica é feita para o presente - para o leitor do hoje -, não para a posteridade - para o leitor do futuro. Partirei do pressuposto que todos estão cientes dos dois casos.
O presidente Lula listou quatro pontos específicos de interesse do Brasil em seu discurso no G7 e não estava lá para discutir a Guerra da Ucrânia, embora essa fosse a prioridade dos sete grandes países reunidos no Japão, sendo o Brasil apenas um dos "convidados" - o que já é muito, um avanço para a diplomacia brasileira e importante para o país. Como o presidente da Ucrânia esteve lá, então a guerra foi pauta da cúpula. E, neste caso, o que o Brasil tem a dizer para o G7, pra Otan, pros EUA, pra Europa em geral, pra Ucrânia e pra Rússia? Nada! Os que falam da (e fazem a) guerra e da morte não tem ouvidos para quem quer falar da paz e da vida. Simples assim. Penso que a diplomacia brasileira, tanto no governo Bolsonaro quanto agora no governo Lula, tem tomado posições pertinentes aos interesses do Brasil quanto a esse assunto, não esquecendo que, nos dois governos, fomos o único pais do BRICS a condenar a invasão militar na Ucrânia nas votações realizadas pela ONU.
Essa situação de repetidos ataques racistas contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior na Espanha já passou dos limites do aceitável. Ou se pune efetivamente clubes, torcidas e torcedores, mesmo correndo risco de prejuízos financeiros para a liga de futebol espanhola, ou se assume que o racismo é tolerado de boa por lá e que os negócios vem antes dos princípios - pelo menos aqueles que são manifestos, mesmo que não praticados. Simples assim, também. O Real Madrid e seu treinador apoiam seu atleta. Ainda bem! O presidente brasileiro também se manifestou sobre a situação. Nossa solidariedade ao craque. Abaixo o racismo. Tolerar a intolerância é uma forma de apoiá-la.