CANÇÃO PERPLEXA AOS NEURÔNIOS

Desejo tudo de bom a ti, estimado leitor! Sê feliz, porque esta imaterialidade, este estado de espírito, faz o nosso conviver mais ameno, mais fácil de ser vivido, a ponto de que possamos entender e/ou compreender que a finitude é apenas o começo da eternização do feito, do experimentado, do tido e havido.

Talvez também seja possível conceber que passaremos à condição eterna de astronauta, de navegadores do espectro universal, de modo que é necessário retornar a alguns pontos de iluminação e repensar os avanços espirituais que tivemos de urdir para reconhecer e tentar pavimentar a destinação e a trajetória da criatura humana.

Deixemos o quando, a temporalidade e o espanto das descobertas à conta e ordem das vertentes do Mistério.

Talvez seja útil ler tão tardiamente "Eram os deuses astronautas?", de autoria de Erich Von Däniken e raciocinar todos os dias um pouquinho sobre tal possibilidade, pedindo mil perdões ao nosso finito deus interior, antes que ele perca a paciência.

Percebo que temos de ter alto nível de resiliência para com o estar no mundo à revelia da vontade própria e cautelosamente escusarmo-nos de emitir comentários sobre coisas, atos e situações ante às quais, neste plano, jamais obteremos respostas.

Estas homéricas incertezas, minhas (e do alter ego que me faz poeta) tornam meus neurônios indignos de tamanhas perplexidades.

Cada vez mais perto dos deuses e da possível conexão energética, pressinto que o travesseiro aconselha a síntese pessoal singela e humílima para com o dia seguinte, ao abrir os olhos sonolentos e o alarido dos parceiros sobressaltem os tímpanos.

No pátio de casa, o Lírio do Campo, um cãozinho shih tzu de quem sou tutor muito afetivo, dá mordidelas e lambe com afoiteza minhas energizadas mãos, impotentes e imprestáveis para cinzelar o futuro.

MONCKS, Joaquim. O CAOS MORDE A PALAVRA. Obra inédita em livro solo, 2023.

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