BIZARRO RITUAL
No interior do Ceará esses bizarros rituais ainda acontecem (em primeira instância) no interior dos domicílios. Chegam pessoas (conhecidas ou não conhecidas) de todos os poucos bairros (cidade de até 30.000 habitantes) e um discreto "inferno" se instala na casa do desafortunado. O tal RITUAL requer um certo ar de discrição, silêncio, e, acima de tudo, de respeito. Os "convidados(as)" até simulam assim fazê-lo, mas é sempre vã toda e qualquer tentativa; um frenesi se instala de gente pra lá e pra cá; sussurros entre uns e outros; alguns não se aguentam e até puxam uma conversa mais alta que termina em discretos sorrisos ou até discretas gargalhadas. Duas coisas (ao meu ver) são as piores e mais irritantes: uma frase falsa e clichê dita aos parentes da casa e o pior de tudo, UM OLHAR ALTAMENTE INVASIVO sobre alguém que não pode opinar em nada e nem se queixar e nem reclamar: TRATA-SE DE UM VELÓRIO.