Teologia nefasta
Teologia é a tentativa do homem entender a Deus, para, com isso, decifrar sua origem e seu destino após a morte. Há a boa e a má teologia, independente da intenção inicial; há os quase inevitáveis desvios de caminho durante o estudo. Na grande maioria dos casos, o homem quer, para mostrar conhecimento, complicar o simples e ser conhecido como um grande teólogo.
Uma das más teologias, nefasta, é a conhecida por "Teologia da Prosperidade", tão popular entre os evangélicos estadunidenses e brasileiros. Baseada na falácia da meritocracia, tenta trocar os papeis entre o homem e Deus. Em outras palavras, Deus tem que recompensar o homem pelo que ele faz: se o indivíduo é generoso nos dízimos e ofertas à igreja, Deus tem a obrigação de retribuir a ele (palavras de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus). Se você trabalha, é honesto, e fiel a Deus, você é rico ou, no mínimo, tem uma condição financeira estável; se for pobre, é porque é pecador, e não merece nada de Deus (não é semelhança, é cópia da lenda da meritocracia).
A teologia da prosperidade culpa o pobre por sua pobreza, o "pecador" por seu sofrimento, condena quem não crê nela ao inferno.
A teologia da prosperidade, que não é nada de teologia, porque não estuda a Deus, mas é religião, uma tentativa de se encaixotar a Deus dentro dos anseios do homem. Uma das doutrinas usadas pelas religiões como instrumento de opressão.
Porque o Evangelho é simples: é Amor. Não se conhece a Deus se não amá-lo e não amar ao próximo. Porque a salvação não é por mérito, é pela Graça de Deus, através de Jesus Cristo.