O COMÉRCIO DAS COISAS DIVINAS

A todo o momento vejo coisas que ainda me assustam em razão da realidade. O modo caolho que muitas pessoas vêem e observam o mundo em que vivem me assusta. Às vezes me questiono se não seria, na realidade, eu, o errado, pois, a grande multidão tenta sufocar o que existe de certo em nosso interior.

Ao falar de coisas que evidenciam o nosso destino diante do mundo, procuro falar de forma pausada, tentando evitar o provável choque que acomete as pessoas que se limitam em ver o mundo de uma forma muitas vezes caolha ou cega.

O destino do mundo, o nosso destino, não podem ser vistos sob o aspecto meramente humano. Não podemos esquecer que também existem atos e fatos de várias naturezas que se acumulam do outro lado, mas que, nunca vemos.

Somos ensinados a ver apenas o que achamos ser real, quando tudo não passa de um grande engodo, uma grande farsa ou uma grande MAYA.

O que nos é apresentado para testar nossa capacidade de ver, sentir e transmitir são apenas os aspectos formais e normais do mundo em que vivemos.

Não podemos também fechar nossos olhos aos desmandos que surgem em todos os lugares, através de pessoas que se julgam donas de alguma coisa. Elas acham que podem mandar e ordenar tudo, para sua satisfação ou deleite.

A mente vazia da maioria dos que transitam sobre o mundo cria verdadeiras barreiras que impedem a transmissão de aspectos normais da verdade, que já deveria ter sido ensinada há muito tempo.

Diante do quadro que se desenha no mundo, nada mais sensato que tentar transmitir de forma lenta e gradual um conhecimento que nem sempre é aceito ou entendido por pessoas que se ligam apenas à matéria e esqueceram-se do espírito.

As igrejas, lotadas, procuram desviar os humanos de todas as formas de conhecimento da verdade, por medo de perder fiéis pagadores de dízimo ou benfeitores beneméritos que lhes enchem os cofres. Estes querem conseguir o seu espaço ao lado do criador e se sujeitam a tudo. Na sua visão deturpada, Deus é igual a si mesmos e se contenta com uns míseros trocados que são ofertados de forma egoísta.

Estamos caminhando para o grande impasse da humanidade. Os valores reais se perderam, para todos aqueles que não se preocuparam em se encontrar. Esqueceram o próprio caminho que deveriam seguir, a verdade pouco lhes interessa. O que mais lhes interessa é a salvação de uma forma fácil, salvação essa que poderá ser comprada como se Deus precisasse de dinheiro.

Os absurdos se acumulam e se procurarmos mudar esta visão que eles têm de Deus ou do Cristo, seremos banidos do meio em que vivemos e poderemos ser apedrejados como hereges detratores da palavra de Deus.

A ignorância continua a ser a grande vencedora num mundo que não se preocupa com sua própria redenção, mas que exige o sacrifício do conhecimento que deveria ser pesquisado. “É muito mais fácil comprar a consciência de Deus, isso é prometido pelos prosélitos das religiões”. Estes pregam e prometem a todos que se sujeitam à ditadura do medo e da ignorância: Uma salvação.

Os fatos que se seguem são apenas conseqüência da ignorância, onde aqueles que deveriam esclarecer, encarceram homens, mulheres e crianças, prometendo-lhes o céu a preço módico. Criam os enganos, os antagonismos e, conseqüentemente, o fanatismo que leva os homens às divisões, às lutas e as guerras inglórias, tudo em nome de um Deus que ,segundo eles protege alguém em detrimento de outro.

E assim a humanidade irá encontrar-se com o seu próprio destino, esperando novas promessas e, quando estas surgem, não passam de palavras vazias.

O espertalhão se locupleta diante da incúria daqueles que vivem à procura de Deus. ELE, quando se manifesta, vem agradar uma meia dúzia de palhaços que se julgam detentores do conhecimento e do saber e que são os únicos defensores da lei divina.

E Deus, que toma a forma que melhor lhE apetece para ensinar os filhos que se perdem nas estradas que foram criadas por homens, muitas vezes é apedrejado e não são raras são as vezes que é preso, acorrentado e morto em sua forma humana. Depois de tudo, jogam a culpa no mais antigo bode expiatório que existe na face da terra: O Demônio.

E, quando tudo acontecer, somente restará àqueles que vivem da venda e do comércio de Deus, um mundo negro onde o medo e o terror serão a sua única e real certeza. Estes estarão fora do âmbito da criação, estarão vivendo em mundos nunca dantes imaginados.

05/03/03-VEM

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 15/12/2007
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T779118