DEIXO A VIDA ME LEVAR...

DEIXO A VIDA ME LEVAR...

"No meio das dificuldades também

acontecem facilidades, é uma ques-

tão de (...) confiar nos mistérios da

Vida", etc. (LIBRA - horóscopo, in

"O Liberal", de 12/05/23, Belém)

Já fui fã de horóscopos quando jovem, até de crer que havia neles algum grau de confiabilidade, de veracidade, alguma percentagem real de acerto... e olha que eram apenas "90 MILHÕES em ação, / pra frente Brasil, / salve a Seleção" ! Dos anos 70 para cá viramos 215 milhões, o Brasil quase não mudou -- em suas desigualdades e injustiças, pelo menos -- e a Seleção de tantas glórias é "isso" que vemos hoje, "reduto" de um Neymar, de um Daniel Alves, um Robinho e "semelhantes" e com FUTEBOL quase nenhum.

Se para cada Signo a "predição" do dia (ou do mês) englobava menos de 8 milhões de basbaques -- só no Brasil -- agora cada "divisão astrológica" se refere a mais de 18 milhões de iludidos desiludidos e, na maioria, pobres "de marré de si". Hoje migrei para terrenos mais firmes no intuito de "antever o Futuro", sendo esta a minha intenção. Prefiro confiar na Numerologia, que "transforma" letras em números e aponta POSSIBILIDADES -- mais do que direção -- em relação a projetos, aos negócios, sonhos, ideais... à Vida, enfim.

Na vida humana a criação dos números é recente e a significação dada a eles, aos 9 iniciais, também é -- o Zero surgiria entre os árabes lá por 1200 ou 1300, creio eu (*1) -- embora já "estivesse entre os romanos" como X para o 10, L para o 50 ou C para 100, e por aí vai. As "definições" de importância sobre cada número são muito antigas, talvez advindas dos chineses, sempre sábios, ou de persas, de assírios, egípcios. E há números "especiais": o 3 da trindade, o 4 das estações, de pontos cardeais, de tantas coisas mais. O 8 e o 11, mágicos (duplo 1) e o 12... de apóstolos, de Signos, de meses do ano, de uma infinidade de exemplos e definições. Ente os árabes aparece o 40 (segundo Malba Tahan) e no Mundo ocidental o 13, ora muito bom, ora péssimo, de azar.

Mas, voltemos aos HORÓSCOPOS, motivo desta crônica insossa... já foi o tempo em que sugeriam A COR da camisa a ser usada naquele dia ou nos preveniam contra nosso patrão. Agora se tornaram sutis, quase um ENIGMA e fazem até piada ! No que serve de introdução a estes argumentos há um trecho metido a engraçado: "... é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta (etc)". O jovem leitor "não pescou nada", é claro ! Trata-se do refrão de canção gaiata do tempo em que a Música no Brasil prestava, os anos 70, querido ! Seria dos MUTANTES, creio que ainda sem a Rita Lee, que entrou bem depois.

"Tudo é uma questão de manter / a mente quieta, / a espinha ereta / e o coração tranquilo", dizia a musiquinha, no estilo dos realejos, aquelas maquininhas que tiravam um cartãozinho com a "predição" do dia, às vezes graças a uma manivela ou por 1 macaquinho vestido.

A frase (a de LIBRA, leitor) parece I CHING... faz pouco sentido ou, pior, faz "todos os sentidos", o que você "interpretar" É O QUE É, concluindo: "Não há um só Caminho, importante é caminhar" ! "No meio das dificuldades também acontecem facilidades"... isso é de novo I Ching puro. Você não leu "VÃO AONTECER"... apenas que "podem acontecer" facilidades ! E chama a isso "mistérios da Vida"... ficou bem mais fácil "predizer o Futuro" !

Atualmente, "deixo a Vida me levar..." gasta-se menos energia física e mental, embora atue aqui e ali para "direcionar" minimamente as coisas a fim de que se dirijam para meus objetivos. O que se confirma, toda hora, é o fato de que minhas realizações se concluem pelas mãos de outras pessoas... porque isso sucede não sei explicar. Eu só preciso "não atrapalhar" as andanças do Destino, o andamento dessas realizações. Só tenho que AGRADECER aos que LUTAM POR MIM... de alguma forma fiz por merecer tais gentilezas.

"OBRIGADO a todos, a todas", "todes, todis, todus"... Deus lhes pague" !

"NATO" AZEVEDO (em 15/maio de 20233, 6hs)

(Dedicado aos meus novos amigos REJI AGUIAR e PAULO FERREIRA, escritores da ALANIN, e aos antigos amigos REGINA SILVA, RUI SANTANA, LIGIA SAAVEDRA e CLÉODON GONDIM.)

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OBS: (*1) - "A invenção do ZERO, por exemplo, é atribuída a um árabe, Mohamed Ibn Ahmad (do Século X), que aconselhava em seu livro "A Chave da Ciência": "Sempre que não houver um número para representar as dezenas ponha um pequeno círculo para guardar o lugar". (Cf. Jacques C. Pisler, Paris, 1955, pag. 151)

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Texto citado num livro de Malba Tahan (edit. RECORD 1990)... nesta mesma obra lemos, na pag. 116: "...quando um hindu (...) imaginou empregar um caráter especial, o ZERO, para marcar, num número escrito, a falta de toda unidade de ordem decimal não representada por algarismos". *** Os árabes ampliaram o uso do Zero, desde então !