Terra a vista!
Quando ele chegou, era tudo mato.
Mas não fez como aqueles, de 1500. Não foi preciso invadir, nem colonizar, pois ninguém "naquela terra" em que ele chegava a queria. Nem os reis que ali já estavam, nem os nobres, nem os suditos.
E não a queriam pois de nada sabiam, nada entendiam desta nova terra. A única coisa que queriam era extrair e extrair, sem receios ou responsabilidades, tudo que pudessem.
Também não foi como um Bandeirante, não precisou destruir nada que já havia ali. Ao contrário, fez questão de agregar, incentivar, ensinar e convencer a muitos de que essa terra era só maravilhas e que usada da forma correta traria prosperidade para todos, principalmente para os comerciantes - e seu povo - sedentos por algo que fosse mais que as moedas que caiam dos bolsos dos reis.
Ao longo de centenas e centenas de dias avançou, de norte a sul, conquistando o respeito de outros Nobres, de outras terras. Alguns, feitos os daqui, sem nada saber; outros, sedentos por uma mão amiga que os acompanhasse na jornada já sabida.
Com o passar do tempo, mesmo cheios de dúvidas, alguns jovens navegantes se juntaram à essa aventura, enfrentando muitos problemas. Foram algumas derrotas, mas ainda mais sucessos.
E em muito pouco tempo já estavam fazendo suas próprias aventuras, conquistando novos horizontes por si só, construindo e fortalecendo relacionamentos.
Foi então que alguns poucos reis, conhecidos por seus discursos cheios de promessas vazias, passaram a se incomodar com tudo. E exatamente como no início, só queriam saber extrair, mas sem contrapartidas.
Esses reis, então, se juntaram e prepararam um motim.
Ao saberem disso alguns dos Nobres se rebelaram e até tentaram se opor, mas nada podiam fazer frente à realeza orgulhosa:
- "Queimem o herege! Se esta terra não me agrada, não agradará a ninguém!"
O "herege" foi queimado.
Mas felizmente, os outros Navegantes, outros Reis, outros Nobres seguiram em frente.
Para novos lugares.
Para novos reinados.
Para seguir navegando em busca de mais respeito, mais amigos, mais vida, mais "terras à vista".
O "herege" foi queimado.
Mas para todo o sempre viverá nas mentes de quem teve a chance de estar ao seu lado...
Uma homenagem aos que já estiveram, estão e um dia estarão.
Assim como uma crítica aos que apenas estiveram, apenas estão e apenas estarão neste lugar.
Bruno Mariano "Gardeniro"